sexta-feira, 29 de novembro de 2013

O Ten(A-FN) Pedro Cardoso e o SD-FN-Façanha

Como escrevi aqui, servi no Batalhão Humaitá entre março de 1978 a junho de 1982 quando fui desligado para o Curso de Formação de Sargentos FN/CN.  Este foi o período da minha vida militar mais feliz!  Muitas aventuras!  Muitas emoções!  Muitos colegas com os quais até hoje troco correspondências e nos encontramos em  datas importantes, para nós da Marinha!

O soldado Façanha era uma espécie de 'patinho feio' no Batalhão visto que já tinha 'rodado' todas as companhias do Batalhão e ninguém o queria!  Qual era o 'defeito' do Façanha?  O Façanha não era 'bola-sete', não era 'escamado', enfim, o que é que tinha o Façanha para sofrer esta 'rejeição'?

O Façanha era 'devagar, quase parando'!  Ora bolas!  No meu entender, isto não é motivo para segregação de ninguém! Cada ser humano tem seu próprio ritmo, sua própria cadência para executar tarefas inerentes às suas atividades!  É lógico que, como Fuzileiros Navais, este tipo 'devagar, quase parando', pode criar problemas em função de que, em algumas situações, mister se faz que sejamos rápidos! Enérgicos! No entanto, pessoas 'devagar, quase parando', podem ser estimuladas a reagir com presteza, em situações de emergência.  É uma questão, creio, de liderança!

O tenente Pedro Cardoso ao se apresentar para servir no Batalhão Humaitá, foi designado para assumir o comando do Pelotão de Transportes ou de Serviços Gerais, aqui minha memória está falha! KKKK! da Companhia de Serviços. O fato é que o Tenente Pedro Cardoso ao tomar conhecimento da situação do soldado Façanha, o 'adotou'!  Mandou fazer curso de condutor motorista.  Após a habilitação do Façanha, o tenente o tirou do detalhe de serviços e deu-lhe a incubência de ser o motorista e responsável do caminhão caçamba existente no Batalhão o qual era empregado para transportar entulhos de obra, lixo, quando havia podas das árvores, o caminhão era acionado para recolher o lixo resultante desta atividade. Quando alguma Unidade do Complexo Naval da Ilha do Governador - Divisão Anfíbia - precisava deste tipo de serviço, solicitava ao Comando do Batalhão do apoio do caminhão caçamba e lá se ia o Façanha conduzindo o caminhão, às vezes aos sábados, domingos, feriados, sem problemas.

Quando terminava as atividades do dia, o Façanha conduzia o caminhão para a garagem onde fazia uma limpeza geral, deixando-o  brilhando e pronto para cumprir suas missões!

O Façanha conseguiu se adaptar à nova atividade e com isto reconquistou o respeito, a estima e a consideração dos seus pares e superiores.

Com o tempo e o incentivo do tenente para que estudasse, o Façanha fez concurso para o curso de especialização e foi classificado para o curso de motores (MO)  e, logo após a conclusão do curso, foi promovido a cabo FN-MO!

Fui desligado do Batalhão mas continuei, sempre que possível, acompanhando a carreira do Façanha, visto que morávamos próximos na 'cota 45 do Morro da Bela Vista'! KKKKKKKK! Rua Brigadeiro Newton Braga, esta rua divide os bairros da Freguesia e Bancários na Ilha do Governador! Residi em ambos bairros!  Era só mudar o lado da rua! 

Com o surgimento do Quadro Especial de Sargentos, o Façanha, no momento adequado, foi promovido a 3º sargento deste quadro.

Há cerca de uns quatro ou cinco meses, encontrei com o Façanha no Carrefour Zona Norte de Natal, RN, já na reserva remunerada e, num papo rápido, o mesmo me informou que estava muito bem!  Seus filhos encaminhados na vida e já era avô!

Fiquei muito feliz ao encontrar o Façanha e saber que estava muito bem!  Isto é bom!  É gratificante! É maravilhoso!


Adsumus!


PS: mensagem filosófica implícita no post:  O que o Tenente Pedro Cardoso fez foi dá as condições e estimular  o soldado Façanha a dá o melhor de si em prol do Serviço Naval com reflexos positivos na vida dele (do Façanha) e, claro, este tipo de atitude (do Tenente) ele retorna para o autor em forma de benefícios, não só espiritual, como material! #FicaaDica








quinta-feira, 28 de novembro de 2013

Incursão Anfíbia e a antena RC-292.

Das Operações Anfíbias, a Incursão Anfíbia é a que os Fuzileiros Navais tem a menor permanência em território 'inimigo', visto ser uma operação de 'rápida penetração no território inimigo com uma retirada planejada, com o objetivo de resgatar reféns ou destruir ou negar ao inimigo, uso de pontos estratégicos, como uma estação de rádio'.  De uma forma resumida, eis o conceito de Incursão Anfíbia.

Participei de uma Incursão Anfíbia em que a "Força Incursora" foi nucleada numa Companhia de Fuzileiros Navais do Batalhão Humaitá - não lembro o ano e nem vou consultar minha CR!  Aqui são minhas memórias e as escrevo conforme os assuntos 'venham à minha memória'! KKKK!

A Diretiva Inicial, é um documento emitido pela autoridade que determina a execução de uma operação e nela informa os meios disponíveis para o comandante que irá conduzir a operação, prazo de execução, etc...,  foi eu que recebi a 'DI' no Centro de Mensagens do Batalhão Humaitá pois era o CN de Serviço!

O Batalhão imediatamente iniciou os preparativos para cumprir a Diretiva Inicial e fui escalado pelo Oficial de Comunicações a ser o rádio-operador da Força Incursora em vista da minha experiência em outras operações.

Meu principal objetivo era garantir as comunicações rádio entre a Força Incursora em terra e o Comando da Força Tarefa Anfíbia que estava embarcado num navio transporte de tropa. Para garantir o sucesso das comunicações rádio resolvi levar uma antena RC-292 que, depois da montagem dos seus mastros de elevação dos elementos irradiantes, permite melhorar o alcance do rádio EB11-ERC110, podendo, em muitos casos, ultrapassar os 30 km, apesar da baixa potência do rádio transmissor.

A Força Incursora fez o movimento navio para terra via embarcações pneumáticas (EDPn) com propulsão a remos em função da necessidade de se manter o sigilo (discrição) da operação visto que nosso objetivo era resgatar um 'refém' que estava em poder de um grupo 'terrorista'. (Ver nota abaixo!)

Após o desembarque, 'negociei' com o oficial comandante da operação terrestre a questão do transporte da antena - a antena era armazenada num envólucro de lona e pesava mais de 10 kg, de formas que ficava inviável para eu transportar sozinho, além do meu equipamento individual básico de combate, o rádio EB11-ERC110 e  a antena - então ficou acertado que a antena seria transportada por dois colegas durante a marcha a pé empreendida entre o local do desembarque e um local próximo à área do objetivo. Este trajeto durou cerca de 15h de caminhada! Entre a meia noite e até por volta das 15h do dia "D" quando paramos para almoçar, descansar e nos preparar para o resgate do 'refém' que seria feito à noite, aproveitando a escuridão total da noite - aquelas noites entre o último dia da lua minguante e início da lua nova.

Mas, ... e a antena?  Bem, os colegas transportavam a antena por um certo período de tempo e quando estavam cansados, solicitavam aos companheiros à frente ou à ré, conforme estava antena 'viajando' de mãos em mãos, pois o descolamento era em 'coluna de marcha'. 

A 'turma' quase me mata! KKKK!  Me chingavam até as gerações futuras! KKKKK!  

A operação foi um sucesso!  Conseguimos resgatar o 'refém' são e salvo e tivemos o apoio de uma Força Tarefa Mecanizada para apoio de fogo e transporte até a área do reembarque nos navios transportes de tropa e viaturas.

Quando voltamos ao Batalhão, a galera da Força Incursora sempre que me encontravam pelo pátio do Batalhão relembravam a aventura do transporte da antena! KKKKKK!   

"Pô, Felix, da próxima vez esquece aquela antena, cara"!  KKKKKK!!!!!

Nota: Esta 'operação' foi um EXERCÍCIO militar com o propósito de treinar, doutrinar e preparar os Fuzileiros Navais  e os demais meios envolvidos neste tipo de operação.

Adsumus!



quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Operador de torre de controle. KKK!

Numa operação na Ilha da Marambaia - não lembro o ano e nem vou consultar minha Caderneta Registro! Rsrsrsrs! - na  região conhecida na Marambaia como 'campo de pouso', estávamos o Capitão-Tenente (FN) Paranhos, o soldado Carvalho, seu mensageiro e eu como radio-operador guarnecendo nosso famoso EB11-ERC110 (PRC-77 na nomenclatura americana!), fazendo um reconhecimento quando recebi pelo rádio uma informação de que o Comandante da Força de Fuzileiros da Esquadra (ComtFFE) estava se aproximando da região num helicóptero e que o mesmo deveria pousar na área do 'campo de pouso'.

Passei a informação ao capitão Paranhos e se iniciou uma 'correria' fim preparar um local adequado e seguro para que a aeronave pudesse pousar com segurança visto que o mato na área do campo de pouso estava um pouco alto. 

O capitão Paranhos me deu ordens para ficar guarnecendo o rádio e em contato com o piloto pois já estava de posse de uma frequência em VHF e os indicativos fonia para comunicação entre  a aeronave e eu.  O capitão e o soldado se deslocaram com facões fim preparar a área de pouso e uma 'biruta' foi improvisada com uma camiseta branca amarrada numa varra de bambu que fazia contraste com o verde das árvores! - eita criatividade hem?! KKK! Você, jovem, que ler este post e pretende ser da Marinha, saiba que uma das características dos homens e mulheres do mar é a 'criatividade'! - A 'biruta' é um instrumento auxiliar da navegação aérea para o pouso e decolagem de aeronaves, em especial os helicópteros, visto que informa a direção do vento de modos que o piloto possa manobrar a aeronave conforme esta informação.

Creio que foi a 'construção' mais rápida do mundo de um heliponto! KKK!

Alguns minutos depois começou o contato pelo rádio.  Um hábito que adquiri, como rádio-operador e Fuzileiro Naval, foi, sempre que ia participar de uma operação, ter uma carta topográfica da região - atualizada! Neste caso, não foi diferente, quando recebi a ordem do capitão para guarnecer permanentemente o rádio e ficar em contato com o piloto, pequei minha carta da Ilha da Marambaia e a orientei, tomando como referência os acidentes geográficos naturais da região e, em especial o campo de pouso, de formas que, com estes dados, pudesse auxiliar o piloto do He na aproximação da área de pouso como se fosse um 'operador de torre de controle'! KKKKKKK!

O fato é que, apesar de todas as dificuldades inerentes à situação, o capitão Paranhos cumpriu com esmero o papel de  sinalizador e/ou orientador de voo e conseguimos auxiliar o piloto a pousar a aeronave com segurança e receber nosso Comandante da FFE!

Adsumus!




terça-feira, 26 de novembro de 2013

Uma questão garante minha vaga ao curso de formação de Sargentos/CN!

Como descrevi em "Carreira do Fuzileiro Naval: CONCURSOS, CONCURSOS, ...", fui aprovado no concurso interno ao curso de formação de sargentos CN em 1981, porém, creio, o que garantiu minha vaga em tal disputa foi uma questão da prova técnico/profissional.

Os equipamentos de comunicações de campanha do CFN, à época, eram divididos em dois grupos: comunicações rádio e comunicações fio.  

No grupo comunicações fio estava incluído centrais telefônicas de campanha, telefones de campanha, cabos telefônicos de campanha, equipamentos para construção de linhas telefônicas de campanha, etc...

A questão que, acredito, tenha garantido minha vaga neste certame, foi uma questão relativa à central telefônica de campanha SB22/PT.  Esta central permite a conexão de 12 linhas telefônicas. Bastante versátil e robusta, itens, acredito, imprescindíveis para equipamentos de comunicações para emprego em condições extremamente adversas como acontecem na vida do Fuzileiro Naval.

Esta central, de fabricação americana, tem uma chave de funções com três posições (grafia inscrita no painel da central em língua inglesa!): normal, forward e ring back.

As três posições desta chave trabalham em conjunto com o magneto que gera o sinal elétrico de corrente alternada com uma tensão em 90 volts para sinalização da chamada telefônica (dispara a campainha do telefone chamado).

A chave, por 'defaut', fica posição 'normal'.  Quando girada para a posição 'forward' permite ao operador da central, chamar um assinante da central em que a 'pega do operador' esteja plugado, através do acionamento da alavanca do magneto que gera o sinal elétrico fim sinalizar o telefone "chamado".

Na posição 'ring back' (foi aqui que eu me me dei bem em função de já ler bastante termos técnicos na língua inglesa!), como a própria expressão inglesa sugere, 'chamar para trás' ou chamar o chamador!

A questão da prova, era mais ou menos assim:

"A chave de funções da central telefônica de campanha SB22/PT, na posição 'ring back', chama:  

a) chamado; 

b) chamador; 

c) operador; e, 

d) nenhuma das questões acima."

E aí, Caro(a) Leitor(a): qual é a resposta certa em função do que foi descrito acima?

Após a prova, como era costume, surgiu os debates sobre as diversas questões, e, nesta questão em tela, eu fui o único que respondeu corretamente, no entanto, nos debates com meus colegas que fizeram a prova, nenhum deles respondeu corretamente, de formas que fiz uma brincadeira com eles: "Olha aí galera! Ou todos vocês vão cursar para sargento no próximo ano e eu fico sozinho no Batalhão ou eu vou sozinho e vocês ficam para os outros concursos!".  O fato é que, daqueles CN do Batalhão Humaitá naquele ano de 1981 inscritos naquele concurso, eu fui o ÚNICO que passou no concurso!

Adsumus! 

PS: Este post, creio, tem uma mensagem implícita muito importante: todo conhecimento (informação) é importante!  Neste caso, meu relativo domínio da língua inglesa foi o diferencial para resolver a questão. 




segunda-feira, 25 de novembro de 2013

15 dias! Mais de mil visitas à página! Obrigado!

Hoje, 25/11/2013, faz 15 dias que o blog foi ar e já ultrapassou mais de mil visitas à página!

Ora, para um blog que surgiu sem muitas pretensões de alcance e visibilidade, creio que seja motivos de comemorações visto que, num prazo tão curto, já atingiu tamanha visibilidade.

Daqui, quero deixar meus agradecimentos aos visitantes e comentaristas da página que nos motivam a continuar 'escreviando' nossas memórias!

Adsumus!

Fuzileiros Navais: Missão Haiti. Homenagem!




Créditos/fonte da imagem: imagem copiada da 'linha do tempo', facebook, publicada por Francisco Veterano Alves, em 25/11/2013, às 11h50min, por Miguel Felix Barbosa.

Aproveito a imagem do Veterano Francisco Alves para fazer aqui minhas homenagens e desejo de sucesso aos jovens colegas que estão se deslocando para a Missão de Paz no Haiti.

Que Deus, o Grande Arquiteto do Universo, ilumine cada Combatente Anfíbio na sua nobre missão de manter a paz àquele povo tão sofrido.

Adsumus!

Carreira do Fuzileiro Naval: CONCURSOS, CONCURSOS, ...

A carreira do Fuzileiro Naval é repleta de concursos!

1973 - primeiro concurso para ingresso no Corpo de Fuzileiros Navais da Marinha do Brasil. Para mais detalhes, leia aqui;

1975 - concurso para o curso de especialização - fui aprovado e classificado para fazer o Curso de Especialização em Comunicações Navais, EspCN, realizado no ano de 1977 no antigo CIAdest-CFN - Centro de Instrução e Adestramento do CFN, atual CIASC;

1978 - primeiro concurso para o curso de Formação de Sargentos/CN.  Neste concurso houve um fato interessante: o Comando de Pessoal do CFN ofereceu 7 vagas para o curso de formação de sargentos CN que seria realizado em 1979, porém os aprovados e classificados nos 8º, 9º e 10º posições, (eu fui classificado na 10ª posição!) tiveram a mesma pontuação no concurso!  O elemento para desempate foi a velha 'antiguidade', ou seja, os mais antigos assumiram as posições melhores, como ditava as regras do concurso.  Nada mais natural.

Quero tecer alguns comentários sobre os concursos aos cursos de formação de sargentos Fuzileiros Navais à época. 

Os concursos para os cursos de formação de sargentos FNs eram divididos em duas partes: uma, chamada de 'propedêutica', composta por uma redação, questões de língua portuguesa e matemática em nível de segundo grau - atualmente, Ensino Médio. A outra parte consistia em 'conhecimentos técnicos/profissionais' que abrangiam conhecimentos gerais, comuns a todos os Fuzileiros Navais, e conhecimentos específicos da especialização que, no meu caso, era Comunicações Navais - CN.

1979 - neste ano não me inscrevi para o concurso ao curso de formação de Sargentos FN/CN em função de ter sido incluído a apresentação de certificado e/ou diploma de curso do segundo grau ou equivalente, realizado em unidade de ensino reconhecida pelo Ministério da Educação e Cultura e eu não tinha conseguido concluir meu segundo grau em função de viagens constantes com o Batalhão ou em apoio a outras Unidades da Divisão Anfíbia e até mesmo em proveito de Unidades fora da Divisão Anfíbia!

1980 - neste ano, o Comando de Pessoal do CFN, ofereceu 15 vagas para curso de formação de sargentos CN a ser realizado em 1981.  Neste concurso fui aprovado e classificado na 16ª posição!  Primeiro reserva do concurso!

1981 - novamente o Comando de Pessoal do CFN ofereceu 15 vagas para o quadro de CN e, neste caso, fui aprovado e classificado na 13ª posição, garantindo, finalmente, minha vaga ao curso de formação de sargentos realizado no ano de 1982, um dos sonhos das praças da Marinha: fazer o curso de formação de Sargentos!

1985 - no segundo semestre, já próximo do final do ano, creio que em torno do mês de outubro ou novembro, o Comando de Pessoal ofereceu 8 vagas para o curso de 'sub-especialização em eletrônica' a ser realizado no ano de 1986 no CIAW.  Este concurso foi restrito aos 2º/3º sargentos CN e cabos CN.  Os voluntários inscritos disputariam as vagas através de uma prova de eletricidade básica, visto ser uma disciplina comum aos cursos de especialização/CN e formação de sargentos/CN. Fiz a prova e fui classificado para o curso, conforme previsto nas instruções do Comando de Pessoal do CFN; e,

1989 - último concurso interno na carreira!  Este concurso foi para garantir vaga no curso de aperfeiçoamento de sargentos Fuzileiros Navais, a ser realizado em 1990.  Nesta época eu já pertencia ao novo quadro de Eletrônica (ET), criado no ano de 1987, no Corpo de Fuzileiros Navais.  No curso de AP eu era o segundo mais moderno de todo os cursos de AP/1990 no CIASC!  O mais moderno era um colega da aviação, o 2ºSG-FN-VN-Júlio!  O Júlio e eu só fizemos a parte básica do curso de AP, comum a todos os sargentos Fuzileiros Navais.  Logo em seguida, após o básico, fomos desligados, ele para a Base Aéronaval de São Pedro da Aldeia fim fazer a parte relativa à sua especialidade e eu fui desligado para o CIAA, antigo Quartel de Marinheiros (QM), na Avenida Brasil, Penha, RJ, fim fazer a parte de eletrônica que, quando concluído, recebi o título de "Técnico em Eletrônica", dado importante, visto que, este curso, à época, era cadastrado no Conselho de Engenharia e Arquitetura do Rio de Janeiro - CREA-RJ, o que me permitiu, na reserva, a me cadastrar naquela instituição e poder exercer a profissão de 'técnico em eletrônica' com as devidas credenciais do sistema CREA/Confea para todos os efeitos legais.

Bom!  Estes foram os vários concursos feitos na minha carreira entre 1973 e 2001, quando passei à reserva remunerada.

Adsumus!


domingo, 24 de novembro de 2013

Pescaria no Batalhão Humaitá

Servi no 2ºBtlInf/DivAnf, Batalhão Humaitá, entre março de 1978 a junho de 1982, quando fui desligado para o curso de formação de Sargentos Fuzileiros Navais - Quadro de Comunicações Navais - CN.

Neste período, o então SD-FN-CN-Helio, que éramos da mesma turma de especialização CN - turma EspCN/77, nos tornamos amigos, de maneiras que ele e sua família frequentavam minha residência e vice-versa, na Ilha do Governador, onde residíamos e trabalhávamos.

O Hélio era um pescador nato!  Fabricava tarrafas e era um exímio lançador das mesmas! Arte que aprendera com seu avô - não lembro se paterno ou materno - na região do Alto do Rodrigues e Macau, RN, nos anos 60/70, durante sua infância e adolescência.

Numa noite, lembro que era num dos meses de inverno visto que estava bastante frio, saímos para pescar de tarrafa o Hélio, o Cabo-FN-CN Dantas também aqui do Rio Grande do Norte que, na época pertencia ao efetivo do Pelotão de Morteiros 81 mm da Companhia de Comando do Batalhão e eu.

O Helio tinha um 'tato' bastante aguçado para a pescaria. Era raro ele lançar a tarrafa e não consegui cercar os peixes! Num dado lance de tarrafa ele avisou para nós: "tem uma ou mais tainhas na tarrafa e das grandes!" Como a tarrafa encalhou nas pedras, o Cabo Dantas mergulhou para desencalhar, porém a tainha ou tainhas, começaram a se agitar de formas que o Helio orientou ao Cabo Dantas a segurar a tainha e nós, Helio e eu, iríamos soltar a tarrafa das pedras.

O Cabo Dantas com a tainha presa nas mãos porém a mesma ainda estava dentro da água, de formas que, quando começamos a liberar a tarrafa das pedras, o Cabo Dantas pode suspender a tainha  envolta na tarrafa. Quando a tainha estava com cerca da metade do  corpo fora da água, começou a se agitar com a cauda submersa de modos que o Cabo Dantas começou a reclamar que a tainha iria derrubá-lo dentro da água e eu não me contive e comecei a ri!  KKKKK!

Os três, com muito esforço, conseguimos tirar a tainha de dentro da água e comemorar a eficácia da faina da pesca.

Num outro lance de tarrafa, novamente o Helio alertou se tratar de uma situação semelhante a anterior, porém, desta vez o Cabo Dantas disse: "Felix, você ficou de chacota comigo com a outra tainha, agora é a sua vez para você ver o que é bom para a tosse"!  Ato contínuo, mergulhei, agarrei a tainha e comecei a suspendê-la para fora da água.  Quando a mesma estava com a metade do corpo fora da água aí eu percebi o sufoco que o Cabo Dantas tinha passado. A tainha se debatia com a cauda submersa com uma força tão violenta que se eu não estivesse com os pés bem firmes ao solo poderia ter sido derrubado.  A partir daquele momento passei a acreditar neste tipo de história de pescador!  KKKKKK!!!!

Adsumus!



Aluno aplicado! KKKK!!!

Como comentado em "Como aprendi a ler e escrever no sítio", nosso retorno para morar em Natal foi a necessidade de minha irmã e eu termos que estudar.

No bairro das Quintas, Natal, RN, à rua Salete, por trás do Mercado Público do bairro, existia uma senhora que dava aulas particulares de formas que minha mãe me encaminhou para estudar com esta senhora.

Naquela época o termo 'desarnar' era atribuído às pessoas que estavam aprendendo a ler, escrever ou uma profissão, de formas que a tal professora tinha a missão de me ensinar a 'desarnar'! Só que tinha um detalhe: eu já sabia ler e escrever!  Quem me ensinou foi minha mãe lá no sítio no lugarejo "Olho d'Água", próximo a cidade Pureza, RN, onde moramos de 1960 a 63 ou 64.

Após uns dois meses de aula, a professora chamou a minha mãe e informou que eu estava adiantado e que deveria mudar de sala de aula - nível escolar.  

Estes fatos ocorreram no ano de 1964 e no ano de 1965 fui estudar numa escola que atualmente tem o nome de "Ferreira Itajubá" cujas instalações na rua dos Pêgas, no final da rua São Geraldo, bairro das Quintas.  Na época a escola era coberta com palhas - folhas de coqueiros? -, o piso era de cimento, não tinha paredes, os locais de acento dos alunos eram bancos enormes de madeira, o quadro de giz era pintado na cor preta. Não tenho certeza, mas acredito que o livro texto para estudo era a famosa "Cartilha de Sarita"!

Nos anos de 1966 a 1970 estudei na "Escola Maria Montezuma".  Esta escola existe até hoje e continua suas instalações no mesmo lugar na Avenida Bernardo Vieira, bairro das Quintas.

Estes cinco de anos de Ensino Primário foram de uma importância fundamental na minha formação pessoal!  Durante estes anos, um grupo de quatro a cinco alunos, inclusive eu!, disputávamos acirradamente ser o primeiro lugar no final de cada ano escolar! Os alunos que se alternavam, que eu me lembre, eram: Socorro Pereira, Carminha , Hilton, o mineiro, e eu.

Uma diretora que provocou uma verdadeira revolução na escola foi a professora Marivan que, logo no início da sua administração, fez uma 'vaquinha' com os pais dos alunos e comprou um mimeógrafo - uma máquina para copiar documentos! com o objetivo de fazer cópias, além dos documentos escolares, também das provas que eram aplicadas mensalmente para cada turma!

Um outro evento criado pela diretora Marivam foi um passeio anual ao Forte dos Reis Magos!  Uma visita esperada por todos os alunos!

O post está ficando 'longo'! Escreverei outros sobre este período da minha vida!

Até lá!


Adsumus!

sábado, 23 de novembro de 2013

Pelada na chuva!

Não lembro com exatidão qual foi o ano que retornamos do sítio do lugarejo "Olho d'Água", próximo a cidade de Pureza, RN, onde moramos de 1960 a 1963 ou 1964, o fato é que, no ano de 1964 já estávamos morando em Natal para que minha irmã Maria do Carmo (tinha o apelido familiar de 'Bolinha'!) - in memoriane eu pudéssemos estudar.

Naquela época a Rua Alípio Bandeira, bairro das Quintas, era de chão batido, tinha umas árvores conhecidas como 'algarobas', nas quais costumávamos brincar.

As partidas de futebol - peladas! - nós jogávamos tanto na rua, às vezes com bolas feitas de meias! e até mesmo cocos secos! KKKKK! como num terreno  vazio em frente à igreja Nossa Senhora Perpetuo Socorro.

Eu costumava jogar como goleiro, visto que era 'bola-mucha' no campo!  KKKKK!

Num dia chuvoso, estávamos jogando na rua com uma bola de couro número 5! só que era uma bola velha e, com o fato da chuva, a mesma, além de encharcada, pesava 'uma tonelada' visto que o barro vermelho da rua, diluído pela água da chuva, tornava a bola pesada e escorregadia.

Houve um penalti contra o meu time.  Quem foi para a cobrança o Ribamar, um colega de infância, de estatura acima da média e que tinha um chute muito forte.  Quando ele chutou, a bola me atingiu na altura do estômago e eu cai desfalecido!  Foi aquele corre-corre da molecada!  O Ribamar em desespero, ... Bem, alguns minutos ou segundos, não lembro com exatidão o tempo decorrido, retornei e a turma ficou aliviada. 

O mais importante é que o "goleiro" desmaiou mas a bola não entrou!  KKKKKKK!!!!!


Adsumus!

Burro mulo [ou cavalo?], carroça e extintores de incêndio! KKKK!

Quem serviu no Grupamento de Fuzileiros Navais de Natal nos anos 70 deve lembrar que o lixo do quartel era recolhido das diversas dependências por um soldado, se não me falha a memória, Lucindo, que conduzia uma carroça tracionada por um burro mulo ou cavalo. Lucindo era um Fuzileiro Naval de compleição física atlética, com cerca de um metro e setenta cinco centímetros de altura, pele clara, porém 'brabo' para caramba, pois, para lidar com o burro mulo tinha que ser muito 'brabo' mesmo!

O fato é que um certo dia recebi ordens de recolher todos os extintores de incêndio que estavam dispostos nas partes externas das edificações do quartel e recorri ao Lucindo para que me emprestasse o burro mulo com a carroça fim executar a faina visto que já tinha experiência na lida com animais tipo jumentos, cavalos e burros mulos antes de incorporar ao CFN.

Quando já estava terminando a faina, com a carroça 'estacionada' na alameda que fica entre a enfermaria e o prédio onde ficavam as salas de aula, enquanto recolhia os últimos extintores, não lembro se alguém mexeu com o burro mulo, o fato é que o burro disparou com a carroça e os extintores de água e espuma começaram a entrar em ação e eu disparei atrás fim conter-lo.

Bem, depois de muita correria e várias alamedas do quartel banhadas com a química dos extintores, consegui conter o burro mulo, só que o estrago estava feito e a galera de bordo deitou e rolou com o meu sufoco! KKKKKKKKKKKK!!!!!!

Adsumus!

sexta-feira, 22 de novembro de 2013

Portal Militar - blog

Caros(as) Leitores(as)!

Desde o ano de 2008 que assino um blog hospedado no Portal Militar [ www.militar.com.br ], com o pseudônimo de "AutoIndustrial".  Este pseudônimo é em homenagem ao meu Curso Superior de Tecnologia em Automação Industrial, IFRN, cuja colação de grau se deu em 2011.1.

O link abaixo permite que o blog "AutoIndustrial" seja acessado.  Lá existem dezenas de posts, apesar de que, num momento de fúria, deletei várias postagens, no entanto ainda permanecem dezenas delas com centenas de acessos por postagens.

Lá no Portal Militar o foco dos posts são para os aspectos políticos, econômicos, sociais e militares. 

Fica o convite para quem quiser visitar meu blog no Portal Militar.

Adsumus!

Link para o blog no Portal Militar: 

O Pelotão de Petrechos

Quem serviu no Grupamento de Fuzileiros Navais de Natal após sua transferência das instalações da Base Naval de Natal para a atual localização no bairro das Quintas -instalações do antigo CIAT-, deve lembrar que a tabela mestra da Unidade, à época, não era a mesma da atual.  Naqueles tempo o comandante era um Capitão-de-Corveta, atualmente é um Capitão-de-Fragata, a organização das subunidades era por pelotões, atualmente é por companhias.

Após a cerimônia de Juramento à Bandeira, fui escalado para servi no Pelotão de Petrechos.  Na época o auxiliar do pelotão - a praça mais antiga - era o então 2º Sargento IF Geraldo Bezerra.  Os demais sargentos IF: Evito, Leocádio, Paulo e Guedes.  Estes senhores foram meus guias nos meus primeiros passos no corpo da tropa os quais os tenho na mais alta estima, respeito e consideração nestes últimos 40 anos!

A organização, por armas, do pelotão de petrechos à época: Seção de Metralhadoras Automáticas - MAG, Seção de Lança Rojão e Seção de Morteiros, no caso o morteiro 60 mm.

Era comum nós servirmos nas diversas seções fim aprender o domínio do manejo das armas do petrecho. 

As aulas teóricas e práticas do manuseio das armas, sempre eram ministradas a todo pelotão de formas a todos terem o domínio teórico e prático.

As metralhadoras MAG, por seu potencial de fogo, podem ser empregadas tanto na 'ofensiva' como na 'defensiva'.  As necessidades táticas é que vão determinar o seu emprego. Em função do seu poder de fogo, podem serem usadas para deter ou eliminar frações de tropas inimigas, quando bem empregadas.

O lança rojão é uma arma de trajetória tensa e pode ser empregado contra tropa ou viaturas em geral, porém quando usado contra blindados sobre lagartos, a sua granada deve explodir nos lagartos de formas a deter o avanço da viatura, deixando sua tripulação frágil para que nossa infantaria termine o serviço.

O morteiro 60 mm - nós costumávamos chamá-lo de 'morteirinho 60' pois existe o morteiro de 81 mm.  Os morteiros são armas de trajetória curva, as granadas ao serem disparadas do tubo lançador, fazem uma trajetória curva se assemelhando a uma parábola. Das três armas é a mais complexa para operar pois exige dos seus operadores conhecimentos mais profundos de topografia, o uso de tabelas de munição para se ajustar a arma conforme a distância do alvo e o tipo de munição.  Basicamente a operação da arma consiste no seguinte: o observador avançado passa pelo rádio as coordenadas do alvo e solicita um tiro para observação da sua eficácia ou não.  Com estes dados - coordenadas e distância do alvo - a equipe que está guarnecendo a peça, ajusta a 'deriva' e 'inclinação' conforme a distância, o tipo de granada e as coordenadas do alvo.  Após estes ajustes, se coloca uma granada no tubo lançador do morteiro. Caso haja alguma falha, qual seja, a granada não foi disparada, então existe um conjunto de técnicas que os operadores da peça cumprem fim sanar o problema, com segurança tanto pessoal quanto material.  Após o disparo, a granada cumpre sua trajetória curva em direção ao alvo.  Caso esteja tudo certo, a granada deverá cair em cima do alvo e explodir.  Na hipótese desta explosão não eliminar o alvo, o observador solicita ao chefe de peça que dê mais tiros fim obter a 'eficácia'.  A outra hipótese é da granada não acertar o alvo, aí existem quatro possibilidades: a granada caiu além, aquém, à esquerda ou à direita do alvo, numa distância 'x'.  Ao notar esta situação, o observador informa ao chefe de peça o erro para que seja corrigidos a 'deriva' ou a 'inclinação' ou as duas em conjunto.

Eu gostava das aulas teóricas e práticas do morteiro em função de poder aplicar os conhecimentos de matemática voltados à trigonometria e geometria.

Com relação ao corpo de pessoal do petrecho, tem algumas histórias que, à proporção que elas vierem à minha memória, irei postando por aqui, mas daquela época tenho um colega que nos tornamos amigos: Hélio Antonio Rocha de Oliveira da turma de 70 que veio a cursar Comunicações Navais em 1977 - somos da mesma turma de Esp-CN/77, e depois formos servir no Batalhão Humaitá.  São muitas lembranças maravilhosas tanto da vida a bordo quanto da vida familiar, pois nossas esposas e filhos compartilharam conosco muitos momentos felizes.

Caramba!  O post hoje ficou um pouco longo! Mas...

Adsumus! 



quinta-feira, 21 de novembro de 2013

Retorno de Pitangui

Olá Caríssimos(as) Leitores(as)!

O blog já retornou de Pitangui e é provável que passe o final de ano nas terras do poderoso deus do martelo: Thor!

Bom, final de semana prolongado em Pitangui, praia do litoral norte do Rio Grande do Norte, serviu para uma introspecção.  Acredito que seja bom de vez enquanto nos 'desligarmos do mundo', em especial do mundo virtual!  Faz bem ao espírito!  Nos permite 'viajar no tempo e no espaço' - esta viagem a que me refiro é com o uso de ferramentas da metafísica!  No futuro deverei escrever um post sobre as famosas 'viagens fora do corpo ou experiência de quase morte ou viagens astrais...

Este 'desligamento' nos permite, ainda, com uso de outras ferramentas como a meditação, entender aqueles velhos questionamentos que aflige a humanidade ao longo da sua existência, como responder àquelas questões do tipo: de onde vimos, para onde vamos, qual ou quais motivos que levaram a acontecer uma dada situação, qual é o propósito da minha vida, quais meus deveres para comigo, minha esposa, meus filhos, meus irmãos, com a natureza, ...

Portanto, o 'desligamento', nos permite revigorar o corpo físico e psíquico e encontrar possíveis respostas aos questionamentos do parágrafo anterior.  

Adsumus!

sexta-feira, 15 de novembro de 2013

Final de semana em Pitangui, litoral norte do RN

Este final de semana o blog estará deixando sua base  com destino à praia de Pitangui, litoral norte do Rio Grande do Norte.

É provável que haja dificuldade de postar ou liberar os comentários durante este período, porém envidarei esforços para manter o blog atualizado.

A todos(as) leitores(as) do blog um excelente final de semana!

Adsumus!

PS: A vida é muito curta para se ficar lamentando, reclamando!  Lute, se esforçe, tente passar 24h sem reclamar e verás o milagre que irá acontecer na tua vida!

#Ficaadica


Camping Melostranda, verão nórdico 2012, Norway.

quinta-feira, 14 de novembro de 2013

Valeu Sponholz!

A charge abaixo, de autoria do Sponholz, está perfeita para o momento político do país.

Parabéns Sponholz!

Imagem copiada do site "Diário do Poder", em 14/11/2013, às 06h00min.


 

quarta-feira, 13 de novembro de 2013

Turma dos cabelos brancos

Crédito/Fonte da imagem:

Infância no sítio. Travessuras! KKK!!!

Lá pelos anos 60 as pessoas muito religiosas - as católicas apostólicas romanas - tinham o hábito de fazer promessas com os santos católicos, tipo, 'se eu consegui tal graça, eu faço isso ou aquilo'.  Acontece que no sítio vizinho tinha um garoto da minha faixa de idade por nome de Manoel cujos cabelos não tinham sido cortados desde o nascimento em função de uma promessa que seus pais fizera.

Aconteceu que um dia, nós estávamos no ócio e numa mangueira próximo à casa do Manoel havia uma casa de abelhas.  Num dado momento o Manoel me falou:

-Miguel, vamos tirar esta casa de abelhas para agente beber o mel com farinha, pois meu pai disse que elas produzem mel muito gostoso!

Ato contínuo, Manoel pegou uma saia da sua mãe que, no lado da cintura tinha um elástico no qual demos um nó e a ideia era envolver a casa das abelhas com a saia, de baixo para cima e, na parte superior, fecharmos a saia de formas matar as abelhas por asfixia!

Bem, já podem imaginar o que foi que aconteceu!  Quando nos aproximamos das abelhas, as mesmas partiram para cima de nós de formas que o Manoel levou a pior por causa do cabelo grande que batia na cintura!  Corremos até o rio e mergulhamos, foi quando conseguimos nos livrar das abelhas!  Manoel e eu cheios de ferroadas, gritando para caramba!

Adsumus!
 


Curso de Formação... Disciplinas

Na época - 1973 - as disciplinas estudadas num curso de formação de soldados Fuzileiros Navais eram:

-Ordem Unida;

-Operações Anfíbias;

-Armamento;

-Primeiros Socorros;

-Guerra Química, Biológica e Nuclar;

-Topografia;

-Defesa Pessoal;

-Natação;

-Guerra Revolucionária; e,

-Regulamentos, normas, leis, com ênfase na Constituição Brasileira, Direito Civil, Código de Processo Militar, Estatuto dos Militares.

A ordem unida é uma disciplina básica para qualquer formação militar em função de que é a ferramenta para desenvolver o espírito de corpo, a ideia de equipe, a importância do 'um por todos e todos por um', para desenvolver a liderança, se aprender a 'obedecer e comandar'.  Enfim, é uma disciplina imprescindível na formação militar.

As Operações Anfíbias são a razão de ser dos Fuzileiros Navais!  É uma das operações de guerra mais complexas visto que envolve Forças Navais, Aeronavais e de Fuzileiros Navais.  Na maioria dos manuais de OpAnf o conceito deste tipo operação é:  "Um ataque lançado do mar para terra, envolvendo Forças Navais, Aeronavais e de Fuzileiros Navais, compreendendo um desembarque numa praia hostil (inimiga) com o objetivo de conquistar e manter a cabeça de praia (alguns autores costumam chamar 'cabeça de ponte')".

Armamento: na época, os armamentos estudados foram a pistola Colt45, o Fuzila Automático Leve (FAL), o Fuzil Automático Pesado (FAPe), a metralhadora refrigerada a gás - MAG, a submetralhadora INA, as granadas de mão 'ofensivas e defensivas' e as granadas de bocal - usadas nos bocais dos fuzis com munição especial.

Os primeiros socorros se aprende como lidar com situações de urgência e emergência, respiração artificial, pequenos curativos, transporte de feridos, fazer a imobilização de um membro, ...

Na guerra QBN estuda-se aspectos de como se proteger dos agentes químicos agressivos ao organismo humano com uso de máscaras contra gases, roupas especiais, ...

A topografia, como o próprio nome sugere, trata-se de representar numa folha de papel o relevo de uma dada região com seus acidentes geográficos naturais e artificiais, com uso de símbolos e escala para orientação no terreno com o uso da bússola ou sem esta última.  Trata-se de uma ferramenta tão importante para o soldado como seu armamento pessoal.

A defesa pessoal trata de um treinamento com o fito de preparar o combatente anfíbio numa possível luta corpo-a-corpo, com uso das mãos, pés e armas branca como uma faca ou baioneta ou até mesmo de um fuzil que esteja sem munição.

A natação faz parte do dia do Fuzileiro Naval.  Sem comentários.
 
A guerra revolucionária trata das guerras de cunho ideológico contrário àquele que a maioria do povo de uma nação é contra.  Por exemplo: no Brasil já houve várias tentativas de imposição do comunismo/socialismo, um regime, como se sabe, tirano e que, portanto, contrário ao interesse do povo brasileiro visto que ninguém, em sã consciência, quer viver sob um regime ditatorial.  Portanto, esta disciplina trata de como se lidar com situações contra-guerrilha, terrorismo e afins.

O estudo das normas, leis, regulamentos faz parte da vida do militar desde seu ingresso numa Força Militar até sua morte, visto que todo cidadão que se presa como tal, deve procurar se informar sobre as leis do seus país.  Não é um favor, é uma obrigação!

Além destas disciplinas, tem algumas que não lembro o nome certo como, por exemplo, a maneira, a técnica de se comportar numa marcha a pé, numa viatura tipo caminhão, viaturas blindadas, os conceitos de acampamento, bivaque e acantonamento, tipos das principais aeronaves que os Fuzileiros Navais podem usar para transporte como o C-130, C-90 e helicópteros.  A questão do uso dos navios transportes de tropa, de apoio de fogo naval, aeródromos e afins, estão incluídos no estudo das Operações Anfíbias.

Creio que, este post, de uma forma bem resumida, deu para fazer uma pequena amostragem dos estudos que formam a base de um Fuzileiro Naval.

Adsumus!

PS: Quero deixar claro que estou usando como 'fonte de consulta' única e exclusivamente meu cérebro, ok?!  Portanto, qualquer 'falha', caro(a) leitor(a) podem descer o 'cajado' na área de comentários, valendo salientar que estou buscando na memória fatos ocorridos há 40 anos!



 

 

Curso de Formação de Soldado Fuzileiro Naval. Continuação...

No outro post escrevi sobre os 50 jovens alunos do Curso de Formação de Soldado Fuzileiro Naval da Turma-I/73 do Grupamento de Fuzileiros Navais de Natal.

Neste post vou comentar sobre oficiais e praças da época no Grupamento de Fuzileiros Navais de Natal.

O Comandante era o Capitão-de-Corveta (FN) Angelo Gouveia.   Nosso Comandante da Unidade.

A Imediatice, se não me falha a memória, quem estava respondendo era o 1ºTen(A-FN) Alcides.  Uma pessoa com uma capacidade humanística muita elevada!  Outro oficial era o 1ºTen(A-FN) Nóbrega que respondia pelo S-4 - o homem da logística.  O 1ºTen(QC-FN) Barreto respondia pelo S-1 (Pessoal), o 1ºTen(QC-FN) Wellington, S-3 - operações, o oficial Cirugião-Dentista o 1ºTen(CD) Moreira.  Não lembro dos demais oficiais.

Responsáveis direto pela Escola de Recrutas:  2ºSF-IF Bezerra.  O Sargento Bezerra ficou poucas semanas nesta função em virtude de ter sofrido um acidente numa partida de futebol e teve uma perna imobilizada de formas que não poderia acompanhar a turma.  Foi substituído pelo 2ºSF-FN-IF João Vieira, conhecido como 'o pai dos recrutas', militar experiente nesta função em virtude de já ter formado, à época, várias turmas de Fuzileiros Navais.

Os demais componentes da equipe de instrutores: CB-FN-IF Neri, CB-FN-IF Rivaldo, CB-FN-IF Chagas e o CB-FN-IF Queiroz.

Cada um dos cabos de uma sua maneira peculiar de lidar com nós recrutas.  O Cabo Neri exercia uma liderança mais forte que os demais.  Um disciplinador nato!  O Cabo Rivaldo também seguia uma linha semelhante ao Cabo Neri, porém mais flexível.  O Cabo Chagas idem, porém tinha uma variação de humor mais acentuada.  O Cabo Queiroz gostava de, após o expediente, nos reunir e nos dá conselhos sobre a vida em geral, com ênfase na parte financeira - após ser reformado por questões de saúde, o Cabo Queiroz tornou-se um empresário bem sucedido aqui em Natal, com a famosa rede de "Superete Queiroz", lá pelos anos 80/90.

Aqui, da minha parte, quero deixar o registro de agradecimento a estes Senhores que tiveram uma parcela de suma importância na nossa formação militar, cívica e social.

Adsumus!

Curso de Formação: Soldado Fuzileiro Naval

No outro post [click aqui para ler o outro post!] sobre minha vida no Corpo de Fuzileiros Navais, terminei com nosso Juramento à Bandeira Nacional.

Neste post pretendo lembrar os nomes dos colegas da minha turma.  Turma I/73 do Grupamento de Fuzileiros Navais de Natal.

01 - Marco - 'meiota'.  Este apelido foi dado ao '01' em função da sua estatura e gostar de uma 'branguinha'.  01 era o mais velho da turma.  Sua idade já passava dos 20 anos.

02 - Ramos, Severino Ramos - o 'cantor'.  Este apelido foi dado ao '02' por ele imitar a voz do Roberto Carlos.

03 - Leão - o leão manso. Uma pessoa calma, tranquila. 

04 - Dasso - pisca-pisca.  O '04' recebeu esta alcunha em função de ter o hábito ficar piscando os olhos.

05 - Wilson - 'o dunga'.  Este apelido caiu como uma luva no '05' pelo motivo de quando ele se irritava ficava vermelho - tinha a pele clara - e suas feições ficavam parecidas com do anão dunga do conto de fadas. Rsrsrs...

06 - Sena - o negão rebardado!  O próprio apelido já sugere a origem.

07 - Chaves - não lembro se o '07' tinha algum apelido.  A última vez que o encontrei foi aqui em Natal, próximo ao Praia Shopping num condomínio onde ele residia.

08 - Palhares - o bico de papagaio.  Tinha a pele branca e um nariz que parecia com o bico de papagaio.

09 - Armando - bundão.  Não precisa explicar a origem do apelido, precisa?

10 - Paulo - bolinha ou bola sete.  Na Marinha costumamos chamar de bola sete àqueles militares que 'não querem nada'.  O '10' tinha a pele branca.  Também o chamávamos de 'Paulo Galego'.

11- Roberto, 'pata choca'.

12 - Sampaio - 'ss' - 'sempre sampaio'.  Tudo que era 'muvuca', 'rolo', o '12', na maioria das vezes, estava envolvido.  Eis aí a origem do 'sempre sampaio'!

13 - Berginaldo. Grandão! Um dos que formavam a testa das formaturas da turma.

14 - Ferreira - Geraldo Ferreira dos Santos, o 'puxa-saco'.  O '14' é difícil de esquecer pois vivemos uma parcela de nossas adolescências juntos.  Morávamos próximos no Bairro das Quintas.

15 - Nerinaldo, 'negão'.

16 - Jerômino - sete xepas.  Como o próprio apelido sugere, o '16' recebeu este apelido em função do seu apetite voraz!  Interessante é que ele não engordava!  Tinha um corpo atlético.  O '16' cursou Artilharia.  Fez curso de paraquedismo militar. Chegou à graduação máxima das praças da Marinha: Suboficial. 

17 - Gonçalves - mossoró.  O '17' ganhou este apelido em função da sua cidade de origem.  Cursou infantaria e chegou à graduação de Suboficial.  Um grande colega.

18 -  Pereira, o 'carão'. 

19 - Borges, 'rato de sucata.

20 - Gouveia - João Gouveia!  Grande amigo, irmão camarada!  Muito tranquilo, era hábil na lida com as ferramentas de marcenaria e carpintaria.  Um verdadeiro mestre nestas artes!

21 - Graco. Não lembro mais nada sobre o '21'.

22 - Milton - 'Milton de Pedro Etelvino'.  O '22' era filho do Cabo FN IF Pedro Etelvino, um grande alfaiate!  O '22' cursou 'Escrita e Fazenda'.  Chegou à graduação de 2º sargento e pediu para sair pela famosa cota compulsória. 

23 - Bezerra - 'Ceará Mirim'.  Na minha turma tinha uns três colegas de Ceará Mirim.

24 - Lima - 'pé-de-pato'.  O '24' era baterista!  Não fez carreira nas fileiras do CFN e pediu licenciamento.

25 - Adelmo - Adelmo Gonçalves dos Santos - 'cara de jaca' por ter o rosto coberto de espinhas.  Também não fez carreira no CFN.  Atualmente o '25' é um bem sucedido empresário na área de compra e venda de automóveis usados aqui em Natal, RN.  Fico feliz em escrever sobre o '25' em saber que ele vive muito bem, graças a Deus!

26 - Itamar - 'boi tungão'.  Este apelido foi dado pelo Cabo FN IF Neri, um dos nossos instrutores no curso de formação de soldados FN.  O '26' chegou à graduação de 2º sargento aperfeiçoado em eletrônica - ele fez um curso equivalente aos atuais cursos de tecnologia!  Pediu licenciamento do serviço ativo aos 16 anos de serviço por questões familiares e voltou à Natal, onde trabalhou como escrivão da Polícia Civil.  Atualmente ele é funcionário da Justiça.  Meu irmão camarada!

27 - Oliveira, 'Maciste' [in memoriam]. 

28 - Aroldo - 'a bicha'.  O '28' era uma das diversões da turma!  Ele era loiro, dos olhos verdes, estatura mediana e, para divertir a turma, pegava a toalha de banho e enrolava no corpo parecendo uma minissaia!  Desfilava no meio do alojamento para 'deleite' da turma!  KKKKK! 

29 - Firmino - Erasmo Firmino da Silva - 'negão fifita'.  O '29' tenho um orgulho muito especial dele!  O '29' só ficou os três anos iniciais da carreira no CFN.  Graduou-se em medicina pela UFRN.  Ingressou na Polícia Militar do RN como Oficial Médico - ele é neurologista!.  Atualmente o '29' é Coronel PM Médico e está em Mossoró.  Meu 'irmão de filosofia' de 'Armas'!

30 - Marlon - 'malooonnn' - o apelido do 30 só é possível se pronunciando a palavra!  Não sei como escrever o som!  Foi um apelido dado também pelo nosso Cabo Neri!  Há mais de 37 anos que não tenho notícias do '30'.

31 - Omar - 'queixada de jumento'.  Um 'galegão' de uns 1,80m de altura.  Era um dos que formavam a 'testa' das formaturas da turma por sua altura.

32 - Ronaldo - filho do Suboficial FN IF Geraldo. Não lembro do apelido do '32', mas sei que ele tinha um!  O '32' foi reformado por questões de saúde.

33 - Marconi - 'cabo mola'. A origem do apelido 'cabo mola' foi resultante dele 'pagar' muitos 'pulinhos de galo'. O '33' foi uma figura que marcou a turma por está sempre ponderando e aí, já viu, 'paga 10!' KKK! No futebol era goleiro.  Teve problemas de saúde com um dos joelhos que o tornou incapaz para o serviço ativo de formas que foi reformado.  Atualmente o '33' toca contra-baixo numa banda aqui em Natal.

34 - Campos - 'siri na lata'.  Era um dos cearamirinenses da turma.  Brabo! KKKK!!!

35 - Souza - Luis Alves de Souza - 'mãe'.  Não lembro a origem do apelido.  O '35' cursou infantaria.  Pediu licenciamento no sexto ano de serviço ativo e veio para Natal onde ingressou na Petrobras.  Há uns dois anos fiz contato telefônico com o mesmo e ele me informou que estava se preparando para se aposentar.

36 - Siqueira - 'professor pardal'.  A origem deste apelido é relativo ao corte de cabelo 'reco' que ficou parecendo com  o professor pardal das histórias em quadrinhos.  Também não tenho notícias há mais de 35 anos do '36'.

37 -Avelino - o barbeiro, de Caicó.  O '37' foi o recruta que ganhou maior preparo físico durante o curso! 'Marreta'! era assim que os cabos instrutores tratavam os alunos que tinham excelente preparo físico!  As últimas informações sobre o '37': deu baixa do CFN, graduou-se em matemática e música, tem um cursinho preparatório para concursos públicos na Ilha do Governador, RJ.

38 - Davi, 'bufa de anu'.

39 - Carlos - 'negão caaarrrllloooos'.  O '39' também não fez carreira militar.  Graduou-se, fez mestrado e doutorado na área de administração.  No nosso último encontro o ano passado no supermercado Extra, Capim Macio, o mesmo me informou que estava também se preparando para se aposentar como professor da Universidade Federal da Paraíba e iria ficar com as atividades de prestar consultoria.

40 - Camboim - 'meninão'.  Pense num apelido que deu certo!  O '40' realmente parecia um 'meninão' com seus 1,80m de altura e um corpo atlético, mas com um comportamento de menino!  Uma grande pessoa o '40'.

41 - Câmara - outro que tinha a alcunha de 'bicha'.  Não sei do paradeiro do '41'.

42 - Aurélio, 'pato rôco'.

43 - Brito - cara de Castanha! KKKKK!

44 - Aloisio - 'o marujo'.  O '44' no final do ano de 1973 estava de serviço na Guarda da Base Naval de Natal e houve um problema o qual teve uma participação que terminou com sua exclusão do serviço ativo.  

45 - Carvalho.

46 - Vital - Ronald Vital.  Não lembro do apelido do '46'.  O '46' pediu licenciamento do serviço ativo. Atualmente é professor numa auto escola aqui em Natal.

47 - Soares - 'cebinho'.  Esta alcunha o '47' ganhou ainda como voluntário visto que no exame de saúde o médico chamou sua atenção por está com o pênis  cheio de 'cebo', daí a turma tomou conhecimento do fato e ele ganhou o apelido de 'cebinho'.  O '47' cursou metalurgia e já como 2º sargento sofreu uma tentativa de assalto no qual foi baleado, no Rio de Janeiro, mas se recuperou.  Não sei mais detalhes do seu estado de saúde, se foi reformado ou se voltou ao serviço ativo e cumpriu o restante do tempo até poder pedir sua passagem para a reserva remunerada.

48 - Xavier - 'soldado de polícia ou o bêbado'.  

49 - Felix - 'cadê a bala!'.  Esta alcunha me foi dada em função do tiro com granada 'energa' no acampamento de conclusão do curso de formação de SD FN.  Estávamos um grupo de recrutas numa formação em linha fazendo o tiro com uso de granadas 'energas' para exercício e quando eu acionei a tecla do gatilho do meu fuzil - era o famigerado FS!, não houve o disparo, como estava em 'guarda alta', baixei o fuzil para 'guarda baixa' e neste intervalo houve o disparo de formas que meus colegas afirmam que eu falei: 'cadê a bala'!  KKKKKK!!!!  Graças a Deus que não houve nenhum 'acidente', só o 'incidente de tiro'.

50 - Freire - 'o gordo'.  Em toda turma que se preza sempre tem um 'gordo'!   

Bem, aqui encerro a 'rela' da Turma-I/73 do Grupamento de Fuzileiros Navais de Natal.


Adsumus! 

PS: Caso algum(a) leitor(a) deste post se sinta ofendido com alguma parte do mesmo, favor deixar mensagem nos 'comentários', ok? 
01 e 04, Marcos e Dasso.

10 Paulo.
O 16 Jerônimo. 

10 e 46, Paulo e Vital.




49 Felix, o blogueiro.





31 Omar.