quinta-feira, 31 de julho de 2014

Senha: MURO! Contra-senha: GRAMA!



Senha: MURO! Contra-senha: GRAMA!

Já escrevi aqui sobre o Sargento Infante Gonçalves. Também, já escrevi diversos posts em que cito que servi no Batalhão Humaitá – 2ºBtlInf/DivAnf - entre março de 1978 a junho de 1982, quando fui desligado para o Centro de Instrução e Adestramento do Corpo de Fuzileiros Navais [antigo CIAdest-CFN e atual CIASC] fim fazer o Curso de Formação de Sargentos Fuzileiros Navais de Comunicações Navais.

Escrevi, também que, no lapso temporal em que servi no Batalhão Humaitá,  participei de quase 100% das operações militares que o batalhão esteve envolvido, porém em termos de Operação Dragão, só participei da Dragão 78 e 79. No período da Dragão 80 estava envolvido na Operação Pós Unitas que ocorreu num período quase que simultâneo com a Dragão 80 e durante o período da Dragão 81, não participei em função de está concluindo o ensino médio – o famoso 2º grau e já estava classificado e selecionado para fazer o Curso de Formação de Sargentos/82 e uma das exigências para tal curso era a apresentação do certificado ou diploma do ensino médio de formas que mostrei aos meus superiores a necessidade de não poder participar da Dragão e fui prontamente atendido deste pleito pelos meus superiores.

Ok. Agora vamos à questão da "senha e contra senha”.  Numa destas Dragão, não lembro se foi na de 1978 ou 1979, com a Cabeça de Praia já conquistada pela Força de Desembarque e as operações em terra sob controle desta Força, recebi ordens para levar uma mensagem escrita ao comando do 3º Batalhão, Batalhão Paissandu, onde servia o então Sargento IF Gonçalves lotado no Pelotão Anti Carro, da Companhia de Comando daquele batalhão.

O deslocamento foi feito numa viatura do Pelotão de Comunicações da CiaCmd do Batalhão Humaitá, tendo como motorista o SD-FN Epaminondas, um soldado “antigão”! [em breve deverei escrever um post sobre os famosos soldados ‘antigões’ e os cabos ‘velhos’].

Quando nos aproximamos do Posto de Controle de Transito do Batalhão Paissandu, quem estava de serviço fazendo o controle de acesso das viaturas era o Sargento Gonçalves com sua equipe de Anti Carro. A viatura com uma peça de canhão AC-105mm, fazendo a proteção do acesso ao comando do batalhão.

Ao se aproximar da nossa viatura para fazer a identificação do pessoal embarcado, o Sargento Gonçalves nos cobrou a senha e aí ‘tocou barata voa’ para nós visto que, no trajeto entre o posto de comando do nosso batalhão e o batalhão Paissandu, houve uma mudança de senha e nós não fomos informados desta alteração, porém, pelo fato do Sargento Gonçalves me conhecer e saber que eu não era ‘FI’ [figurante inimigo], autorizou o nosso acesso ao PC do Batalhão, mas o que ficou registrado na minha memória foi o ‘macete’ usado pelo ‘velho Gonga’ para que nós decorássemos a senha em vigor:

- A senha é MURO e a contra senha é GRAMA! Portanto, atrás do ‘muro’ tem a ‘grama’! Explicou meu nobre amigo, padrinho do meu filho Marcos Antonio e irmão de armas, o Sargento Gonçalves o qual o tenho na mais alta estima, respeito e consideração. Até hoje, quando nos encontramos, rememoramos tal fato e damos boas gargalhadas! KKKKKKKK!

É isso aí.  Nosso cérebro é incrível! É capaz de armazenar bilhões e bilhões de ‘bits’. Vamos por os neurônios para ‘brigar’ e manter o cérebro sempre ativo, retardando o Alzheimer!

Adsumus!

sábado, 19 de julho de 2014

Navio coreano invade as 200 milhas brasileira!

Já escrevi aqui como foi o meu ingresso no Corpo de Fuzileiros Navais, via o Grupamento de Fuzileiros Navais de Natal.



Muito bem! Servi no Grupamento de Fuzileiros Navais de Natal entre 12 de junho de 1973, data de incorporação da minha turma, e setembro de 1976 quando fui desligado para servir no 3º Batalhão de Infantaria da Divisão Anfíbia, Batalhão Paissandu.



Neste lapso temporal em que servi no Grupamento de Natal, no ano 1974 ou 1975 [aqui em estou dúvida do ano correto! -'Memory fail'! KKKK!], um navio pesqueiro coreano [não lembro se o navio era da Coréia do Norte ou do Sul] invadiu as 200 milhas náuticas do nosso território marítimo e foi interceptado e escoltado por um navio do Grupamento Naval do Nordeste. O navio foi apreendido e ficou atracado no cais da Base Naval de Natal.



A guarnição do navio ficou 'hospedada' no quarto alojamento do Grupamento sob a liderança do imediato do navio e o comandante e o chefe de máquinas ficaram a bordo do navio sob escolta de um Fuzileiro Naval e um Cabo MO [da Armada] que ficava monitorando os motores do navio para que não sofressem danos.



A vida da guarnição 'hospedada' no Grupamento, seguia uma rotina de formas a evitar o 'stress' com atividades físicas [partidas de futebol],alimentação de boa qualidade [naquela época não viviamos a miséria alimentar que assola nossos quartéis atualmente!] e outras atividades afins!



Enquanto isso, a diplomacia entrava em ação para resolver as questões dos tratados e leis internacionais relativos ao fato da invasão do navio pesqueiro ao nosso mar [atualmente chamado de "Amazônia Azul"!].



Após alguns meses, as autoridades competentes tomaram as decisões necessárias em relação ao fato, sendo o comandante do navio responsabilizado e punido pela infração da invasão das 200 milhas e a guarnição livre. Alguns ficaram no Brasil e a maioria voltou para a Coréia.

Num dia em que estava de serviço fazendo a segurança do navio, também estava de serviço na praça de máquinas o então Cabo MO Elias o qual, no futuro, veio a se casar com a irmã gêmea da minha esposa, se tornando meu 'concunhado'! KKKKK!!!  Como o destino nos prega peças!

Bom!  Por hoje fico por aqui com minhas 'memórias navais'!

"Hasta la vista, baby"!

Adsumus!


sexta-feira, 11 de julho de 2014

Comandar é tão nobre quanto obedecer ou obedecer é tão nobre quanto comandar!


Comandar é tão nobre quanto obedecer ou obedecer é tão nobre quanto comandar!

Ouvir esta frase diversas vezes do então Suboficial FN IF DANTAS, na época, Adjunto de Pessoal da Seção de Pessoal do Grupamento de Fuzileiros Navais de Natal, no período em que servimos naquela Unidade, entre os anos 1993 a 1999.

O ‘sub’ Dantas era um militar extremamente disciplinado e disciplinador! Eu sempre o tive na mais alta estima e consideração! Tiramos alguns serviços juntos, onde ele tinha a função de Supervisor da Divisão de Serviços, subordinado diretamente ao Oficial de Serviço e, nas suas preleções às Divisões de Serviço, ele costumava usar a frase título deste post. Não lembro a sequência exata das palavras se começava pelo ‘comandar’ ou pelo ‘obedecer’.  O fato é que a frase ficou na minha memória e, neste post, quero tecer alguns comentários sobre a mesma.

A frase, no meu entender, admite duas interpretações: uma do lado de quem comanda e outra do lado de quem obedece! Vou assumir uma abordagem linear do assunto!

No momento do nosso nascimento, durante o parto, o cordão umbilical é cortado e a partir deste momento, nós estamos ‘por nossa conta’ no que diz  respeito à nossa sobrevivência. As pessoas em torno do frágil beber, estão ali por perto para ajudar, porém o ato de sobrevivência e o processo de aprendizagem é nosso!

No processo de aprendizagem, ao longo da nossa existência, primeiro aprendemos a obedecer visto que, para comandar temos que primeiro saber obedecer em função das implicações das ordens de quem comanda saber o que está mandando fazer!

Nas escolas de formação dos militares em geral, tanto de oficiais quanto das praças, a primeira das duas palavras, comandar e obedecer, a ser aprendida é ‘obedecer’, em função de que, na vida sempre teremos superiores a quem dá satisfação dos nossos atos.  Mesmo o(a) presidente de uma nação deve explicações de seus atos ao povo que ele(a) governa.

Portanto, “comandar é tão nobre quanto obedecer ou obedecer é tão nobre quanto comandar”!

Adsumus!