terça-feira, 11 de novembro de 2014

Operação África/94. Festa do Rei Netuno!

Operação África/94. Festa do Rei Netuno.

Já escrevi aqui sobre a Operação África/94 e os portos visitados.

Na Marinha existe uma tradição naval que, quando um ou vários tripulantes de um navio cruzam pela primeira vez a linha do Equador, o comandante do navio promove um evento festivo em homenagem a Netuno, o rei dos mares conforme a mitologia grega e os tripulantes  nesta condição são submetidos ao ‘batismo equatorial’. A linha do Equador é aquela linha imaginária que divide a terra em dois hemisférios: norte e sul e é a origem dos paralelos que vão até os pólos Ártico, no norte e Antártico ao sul. [Lembranças das aulas de geografia do ensino fundamental! Há mais de 45 anos! KKKKKK!]

Este tipo de atividade é muito importante pois, além do propósito de divertir a tripulação, também serve para aliviar o 'stress' da viagem visto que estamos confinados ao limite físico das anteparas do navio e a distância da família.

Naquela viagem, cruzamos a linha do Equador por duas vezes, a primeira vez na travessia Natal – Praia, Ilha de Cabo Verde e a segunda, na travessia Praia – Dakar, Senegal. Foi nesta última travessia que se deu a festa em homenagem ao rei dos mares!

A festa é organizada de forma que, um dos tripulantes se veste de rei e outro de rainha de maneira que o rei assume o ‘comando do navio’ e passa dá as ‘ordens’ à tripulação.

Naquela viagem, o Rei Netuno foi vivido pelo sargento MEC Alício e a rainha por um cabo MO que não lembro o nome, porém era um tripulante antigo no navio e bastante gozador, animado.

Lembro que eu estava de serviço no passadiço do navio no horário de 12h às 16h e fui substituído, 'por ordem do Rei Netuno', para ser submetido à cerimônia de batismo equatorial!  KKKKKK!!!!

Uma das primeiras ‘ordens’ é reunir na sua presença aqueles tripulantes que não foram ‘batizados’ pelo Rei Netuno, missão executada pela guarda real!  Após estarem reunidos, o rei determina tarefas para cada tripulante e após a execução destas tarefas os tripulantes são considerados ‘batizados’ e prontos para enfrentar o mar.

A festa foi um sucesso! Os três fuzileiros navais foram reunidos na presença do rei e missões espinhosas nos foram sugeridas, porém todas cumpridas com perfeição! Aqui, vale salientar que o Capitão FN participou da brincadeira por livre e espontânea vontade em função de que ele fora 'batizado', na viagem como Guarda-Marinha visto ele ser oficial oriundo da Escola Naval.

O Doutor Calhau também foi 'batizado' e os dois civis.

É isso aí! Mais uma memória naval!



Adsumus!

Meu 'diploma de batismo equatorial'.

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