terça-feira, 12 de agosto de 2014

VRC-176B. O cinco LEDs! KKKKKKK!!!!

VRC-176B. O cinco LEDs!

No meado dos anos 80, a Marinha do Brasil adquiriu da empresa israelense Tadiran, um lote de equipamentos de comunicações via ondas de rádio que cobriam os espectros eletromagnéticos de HF [high frequency] e VHF [very high frequency] para mobiliar as telecomunicações de campanha do Corpo de Fuzileiros Navais.

Na época do processo de aquisição dos equipamentos, num dado momento, fui escalado para fazer uma avaliação da ‘performance’ do equipamento VRC-176B, um equipamento que cobria o espectro eletromagnético de HF. A faixa de HF compreende as frequências de 3 a 30 megahertz.

O VRC-176B era extremamente versátil. O VRC-176B é composto por duas unidades: o transceptor, o PRC-174 e a unidade de potência do transmissor. Permitia a comunicação de voz e dados. Atendia às modulações de AM [amplitude modulada], SSB [banda lateral singela] e dados com o uso de um equipamento auxiliar conhecido como TMD [transmissor de dados modulado]. Tinha uma potência máxima do transmissor  de 100 watts e a sensibilidade do receptor em 5 microvolts.

Nota: Caros(as) leitores(as)! Lembrem que não estou fazendo consulta ao manual do equipamento!  Simplesmente estou escrevendo os dados armazenados na minha memória, ok?

O seu painel de controle era bastante acessível, permitindo o manuseio com bastante facilidade.

No período em que servi no Centro de Reparos e Suprimentos Especiais do CFN [antigo CRESUMAR], já como especialista em eletrônica, fiz curso de manutenção deste equipamento.

Na eletrônica, um dos grandes problemas a ser superado é a transferência dos sinais elétricos entre os diversos circuitos que compõe um sistema, por exemplo, um rádio transceptor, um computador, notebook, celular, smartphone, etc... com o mínimo de perda de energia destes sinais. Num equipamento de telecomunicações como o VRC-176B, não era diferente e o ‘tendão de Aquiles’ do sistema era a transferência do sinal de saída do transmissor para a antena que deve ser feito com o mínimo de perda de energia, de forma que a antena converta toda energia elétrica recebida em sua entrada, em ondas eletromagnéticas para que se espalhem no ar e cheguem ao seu destino, com a informação sem distorção.

Para resolver este problema da transferência de energia entre a saída do transmissor e a antena, os engenheiros da Tadiran incluíram entre estes circuitos um sistema de sintonia automática, totalmente digital, cujos circuitos eram gerenciados e controlados por um microprocessador. O conjunto ficava acondicionado numa caixa metálica com um formato de uma panela de pressão, de maneira que o pessoal de comunicações sempre se referia a este equipamento como ‘panela de pressão’.

Mas, ... E os ‘cinco LEDs’? Bem, no painel de controle tinha um conjunto de cinco LEDs [LED = ligth emitting diode, ou ‘díodo emissor de luz’] que funcionavam como uma espécie de IHM [interface homem máquina] cujos estados nos permitiam interpretar as condições operacionais do equipamento rádio.  Por exemplo, na transmissão, quando os cinco LEDs ficavam acesos, significava que toda potência gerada no transmissor estava sendo entregue à antena com o mínimo de onda refletida. Na recepção, quando os cinco LEDs estavam aceso, significava que os sinais recebidos na antena eram de uma potencia suficiente para garantir as comunicações sem interferência e estas informações obtidas com os cinco LEDs se tornaram vitais para o pessoal de comunicações em função de ser um dado importante da qualidade e intensidade dos sinais recebidos e transmitidos pelo equipamento.

Esta informação dos cinco LEDs ficou tão arraigada no dia a dia do pessoal CN, em especial do pessoal da Companhia de Comunicações – CiaCom, que foi incorporada ao linguajar do pessoal.  Por exemplo, quando uma dada situação estava tudo certo, tudo bem, a turma dizia “está cinco LEDs”!  Ou, numa conversa com um ‘campanha’ CN:

- CLG [colega], como foi o ‘soco’ ontem à noite?

Quando foi excelente, o colega respondia:

- Cinco LEDs! KKKKK!

Bem, mais um post das minhas memórias navais.  “Minhas” não! Das NOSSAS MEMÓRIAS NAVAIS! Eu não estou sozinho nestas histórias, memórias! Estamos juntos, vocês, Caros(as) Leitores(as) e eu! KKKKKK!

Para encerrar, solicito a algum colega que disponha de fotos relativos a este equipamento, favor me enviar para que eu possa acrescentar a imagem ao post, ok?

Até o próximo!


Adsumus!

VRC-176B. O transceptor, unidade inferior, é o PRC-174. A unidade superior é o amplificador de potência do transmissor. 


Acoplador da antena - CP-769/VRC-176.

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