segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

Crepúsculo vespertino náutico nórdico!

Abaixo segue uma coletânea de fotos feitas por volta das 16h do dia 22/12 do céu da Noruega visto de frente da casa da nossa filha Regina Isaksen onde estamos passando os festejos de final de ano, Hemolløkk, Larvik, Norge.

Lembrando que existem dois crepúsculos: o matutino e o vespertino sendo que, no caso do matutino, é o período entre o nascer do dia e o despontamento do sol na linha do horizonte; e o vespertino é o lapso temporal entre o por do sol e a escuridäo total da noite.

O blog do 'urso polar nordestino'! KKKKKKKKK!!!!!








Adsumus!

domingo, 7 de dezembro de 2014

Ferreira! Um Petroleiro acima de qualquer suspeita!

Conheci o JOÃO FERREIRA, no segundo semestre de 2006 ou no primeiro de 2007 - aqui a memória está falhando! KKKKK! no CEFET-RN atual IFRN, quando estava fazendo o CST em Automação Industrial. Éramos colegas de curso superior no auge dos nossos 50 anos! Realização de sonhos de adolescentes tanto dele quanto meu!

De colegas de curso e, com o tempo, nos tornamos amigos! Um cidadão dedicado ao seu trabalho, família e ao curso.

No dia 6 do corrente mês, tive a felicidade de participar de um evento social promovido por sua família fim homenagear seu aniversário e sua passagem para a reserva ou aposentadoria.  Uma linda e maravilhosa festa no CEPE, Natal.

Numa outra oportunidade deverei escrever mais sobre o FERREIRA visto que, o objetivo maior deste post é divulgar sua carta de despedida do serviço ativo da Petrobrás.

Nesta nova fase de sua vida, Caro Ferreira, quero te desejar muita paz, saúde, felicidade e sucesso, muito sucesso!

Segue abaixo uma coletânea de fotos  e a carta de despedida.

Aqui, Caro Ferreira, quero deixar minha continência em sinal de respeito, estima e consideração ao grande CIDADÃO que você é!

Adsumus!

Ferreira, o show man!

Ferreira, o show man!

Ferreira e eu. 

Ferreira e Família.

Ferreira apagando as velinhas!

CARTA DE DESPEDIDA DO FERREIRA

Carta de despedida

Caros companheiros:

Enfim chegou o tão esperado momento o da minha aposentadoria. Sentimentos opostos me confundem. A princípio, sinto uma alegria enorme por ter enfim recebido oficialmente a declaração de que já cumpri a  missão para o trabalho. 

Logo em seguida, vem a tristeza de me privar de tantos anos de convivência diária com amigos e colegas de trabalho, do exercício da atividade profissional dignificante que, por décadas, garantiu o meu sustento e de minha família e que ocupou a maior parte do meu tempo.

Nessa hora,  passa o filme de uma vida inteira de dedicação, renúncias, momentos bons, outros ruins, situações nas quais cheguei até a pôr em risco a minha integridade física e/ou a própria vida para dar o melhor de mim para atingir a  proposta de trabalho que me foi confiada.

E nesta longa jornada de 32 anos e 7 meses, muitos foram os obstáculos, os desafios, renúncias, saudades, angústias, porém maiores foram as alegrias, as mudanças, o crescimento e as conquistas e se eu começasse a agradecer a Deus hoje, até o final da minha vida, eu não iria conseguir agradecer tudo que Ele fez.
           Quando entrei na Petrobrás, eu já tinha uma perspectiva de que iria trilhar por uma longa caminhada e fazer parte dessa empresa que é  uma das maiores do mundo sempre foi e é para mim motivo de muito orgulho.

Ao lembrar alguns momentos dessa caminhada, passa um filme em minha mente, pois quando aqui cheguei, algumas vezes ensinando outras aprendendo, sem nunca perder o meu foco, sempre trabalhei com dedicação, honestidade, determinação fé e coragem visando sempre dar o meu melhor profissionalmente, crescer como pessoa, ajudar aos colegas, e com isso também melhorar a minha condição de vida, ajudar a minha família, assim aos poucos fui atingindo meus objetivos e hoje posso dizer que sou um vitorioso.

Contudo, chegou o momento de  encerrar a minha carreira que o faço com a sensação de dever cumprido e agora passarei a trilhar uma  nova fase de minha vida.

Sou grato a Petrobras por ter me dado a  condição de melhorar a minha vida e de proporcionar aos meus filhos uma boa educação que inclusive, um deles seguiu os meus passos e trabalha na empresa embarcado o que muito me orgulha.

Gostaria de deixar um recado para os que ficam: Antes de qualquer trabalho, pense, planeje, não faça do seu trabalho uma ferramenta de mutilação e sim de aperfeiçoamento, se qualifique profissionalmente, dê ênfase ao seu crescimento pessoal, trabalhe com alegria e prazer, não tenha medo de perder cargo, tenha medo de perder sim, sua dignidade.

 Transmita todos os seus conhecimentos para os mais novos, não seja egoísta, amanhã alguém se lembrará de você com muito carinho, pense nisso! Essa é a maior virtude do ser humano dividir os seus conhecimentos com aqueles que precisam de ajuda.

Aos companheiros que em alguns momentos não concordaram com a minha maneira de ser e de pensar, peço-lhes desculpas, mas a minha intenção foi sempre fazer com que nós déssemos o melhor para Petrobrás em nome das metas traçada por toda uma vida, mas nunca em beneficio próprio.  

Lembrarei sempre dos momentos bons e ruis vividos ao longo dessa jornada, das histórias contadas pelos colegas principalmente nesses últimos anos na P23 na Sala de controle minha ultima parada nesta trajetória, das madrugadas frias, não esquecendo que contei as minhas também, existe coisas pequenas e grandes que levaremos para o resto de nossas vidas, levaremos lembranças, trocas de aprendizados, coisa que sempre serão inesquecíveis para nós, coisas que nos marcarão, que mexerão com a nossa existência em algum instante, nas coisas pequenas, mais que nas grandes, muitas vezes reconhecemos o valor de cada pessoa.

 Talvez eu represente apenas mais um que parte, mas na partida levarei saudades, deixando o meu agradecimento a todos pela ajuda, companheirismo  e dedicação.

 Quantas vezes o sol nasceu e se pôs sem poder olhá-lo, em fim tudo tinha um ideal. Meu Deus muito obrigado por ter me guiado até aqui.  Muito obrigado a todos mais uma vez, espero nos encontrarmos um    dia  e   poder   abraçá-los.  Desejo  a  todos vocês; saúde,  paz, harmonia, sorriso, muito sucesso e que seus objetivos sejam alcançados, pois esta data ficará gravada para sempre na minha memória.  
        
           É com lágrimas nos olhos hoje gostaria de primeiramente agradecer a Deus, minha família e a todos os colegas de trabalho pelo apoio, pelo carinho que recebi durante esses 33 anos como petroleiro, e aqui encerro  a minha história na Petrobrás, e  com certeza posso dar o  testemunho de que vale a pena crer e lutar.

         Estou me aposentando do trabalho  mas  não da vida e dos amigos que tive a honra e o privilegio de conhecer, muito menos da profissão que abraçei.

         Boa sorte aos que ficam e até breve meus amigos espero sempre poder revê-los!


   JOÃO FERREIRA

02/11/2014






terça-feira, 11 de novembro de 2014

Operação África/94. Festa do Rei Netuno!

Operação África/94. Festa do Rei Netuno.

Já escrevi aqui sobre a Operação África/94 e os portos visitados.

Na Marinha existe uma tradição naval que, quando um ou vários tripulantes de um navio cruzam pela primeira vez a linha do Equador, o comandante do navio promove um evento festivo em homenagem a Netuno, o rei dos mares conforme a mitologia grega e os tripulantes  nesta condição são submetidos ao ‘batismo equatorial’. A linha do Equador é aquela linha imaginária que divide a terra em dois hemisférios: norte e sul e é a origem dos paralelos que vão até os pólos Ártico, no norte e Antártico ao sul. [Lembranças das aulas de geografia do ensino fundamental! Há mais de 45 anos! KKKKKK!]

Este tipo de atividade é muito importante pois, além do propósito de divertir a tripulação, também serve para aliviar o 'stress' da viagem visto que estamos confinados ao limite físico das anteparas do navio e a distância da família.

Naquela viagem, cruzamos a linha do Equador por duas vezes, a primeira vez na travessia Natal – Praia, Ilha de Cabo Verde e a segunda, na travessia Praia – Dakar, Senegal. Foi nesta última travessia que se deu a festa em homenagem ao rei dos mares!

A festa é organizada de forma que, um dos tripulantes se veste de rei e outro de rainha de maneira que o rei assume o ‘comando do navio’ e passa dá as ‘ordens’ à tripulação.

Naquela viagem, o Rei Netuno foi vivido pelo sargento MEC Alício e a rainha por um cabo MO que não lembro o nome, porém era um tripulante antigo no navio e bastante gozador, animado.

Lembro que eu estava de serviço no passadiço do navio no horário de 12h às 16h e fui substituído, 'por ordem do Rei Netuno', para ser submetido à cerimônia de batismo equatorial!  KKKKKK!!!!

Uma das primeiras ‘ordens’ é reunir na sua presença aqueles tripulantes que não foram ‘batizados’ pelo Rei Netuno, missão executada pela guarda real!  Após estarem reunidos, o rei determina tarefas para cada tripulante e após a execução destas tarefas os tripulantes são considerados ‘batizados’ e prontos para enfrentar o mar.

A festa foi um sucesso! Os três fuzileiros navais foram reunidos na presença do rei e missões espinhosas nos foram sugeridas, porém todas cumpridas com perfeição! Aqui, vale salientar que o Capitão FN participou da brincadeira por livre e espontânea vontade em função de que ele fora 'batizado', na viagem como Guarda-Marinha visto ele ser oficial oriundo da Escola Naval.

O Doutor Calhau também foi 'batizado' e os dois civis.

É isso aí! Mais uma memória naval!



Adsumus!

Meu 'diploma de batismo equatorial'.

Operação África 1994!

Operação África/94

No período entre os meses de setembro a novembro de 1994 participei da Operação África/94 embarcado na Corveta Forte de Coimbra, mas conhecida, na minha adolescência aqui em Natal, como “Fuinha”. A origem deste apelido dado à corveta desconheço e não faço a menor ideia de como e quando surgiu. O navio demandou o porto de Natal e visitou os seguintes portos:

- Praia, Cabo Verde;
- Dakar, Senegal;
- Bissau, Guiné-Bissau;
- Abidjan, Costa do Marfim;
- Tema, Gana;
- Libreviller, Gabão; e,
- Ilha de Ascenção, Reino Unido.

O navio, sob o Comando do então Capitão-de-Corveta OSMAR, cumpriu sua missão maior que era de preparar a tripulação para viagens transoceânicas.

Estava embarcado três Fuzileiros Navais: um Capitão-Tenente [não lembro o nome de guerra, só sei que veio do Rio de Janeiro para participar da missão], um Cabo FN IF que também não lembro o nome de guerra, porém lembro que servia no Comando do 3ºDN e eu.

Minha indicação para a esta viagem foi interessante: a mensagem mandando o Grupamento de Fuzileiros Navais de Natal indicar um praça suboficial ou primeiro sargento [na época tinha sido promovido a primeiro sargento em junho daquele ano!] chegou ao Grupamento num dia em que eu estava de licença e quando regressei no dia seguinte recebi a notícia direta do  então 1º Tenente A-FN INÁCIO, meu chefe direto sobre minha indicação para a viagem que, para nós, era como se fosse um prêmio.

Além dos três FNs embarcados, também dois civis da Marinha participaram da missão, um era o Senhor Wellington o outro não lembro o nome.

O médico embarcado foi o então Capitão-Tenente MD CALHAU, nosso famoso e querido Doutor Calhau que chegou na ativa ao posto de Capitão-de-Mar-e-Guerra. Um excelente médico! Muito dedicado à recuperação dos seus pacientes.

Partimos do porto de Natal com destino ao porto Praia na ilha de Cabo Verde. A travessia durou cerca de seis dias. Nas primeiras horas de navegação me senti um pouco ‘grog’ e fiquei no convés principal sentindo a brisa do mar de formas a me adaptar ao balanço do navio.

Em poucas horas já estava totalmente adaptado de formas que passei a me integrar à tripulação do navio.

O imediato me chamou no seu camarote e me informou que eu iria participar do detalhe de serviço na escala dos contra-mestres do navio para ajudar o pessoal de bordo e, prontamente, respondi que não havia problema, salvo a dificuldade de não saber apitar, porém contornei esta situação solicitando  apoio ao pessoal do navio de maneira que, sempre que estava no horário e havia necessidade do uso do apito, o pessoal de bordo prontamente apitava para eu desde a rotina do navio ao cerimonial da bandeira.

O post está ficando longo, de forma que vou dividir as memórias desta viagem em outros posts, ok? 

No próximo post, vou rememorar a festa do “Rei Netuno” onde fui ‘batizado’! KKKKKK!!!!!!!!!

Até o próximo!


Adsumus!

segunda-feira, 10 de novembro de 2014

Salve 10 de novembro! Primeiro ano do blog no ar!

Salve 10 de novembro! Primeiro ano do blog no ar!

Bom dia! Caríssimos(as) Leitores(as) do blog!

Hoje o blog das nossas ‘memórias navais’ completa seu primeiro ano de existência! No ar!

Como escrevi aí ao lado, o blog era um sonho antigo deste humilde blogueiro com o foco em narrar  lembranças da vida castrense e particular e, entre uma memória e outra, escrever e ou publicar ou repercutir artigos de outros blogs e sites ou de autores amigos que queiram divulgar seus pensamentos e ideias neste espaço como também sobre tecnologia, filosofia, Forças Armadas, política, economia, ...

Inicialmente, minha primeira dificuldade foi: por onde começar? Como sempre, questões ‘difíceis’, na maioria das vezes, sempre têm soluções óbvias! Simples! Diretas! Estão aí na nossa cara e não as percebemos! E por onde começar? Pelo ‘começo’, ora bolas!

Então iniciei escrevendo sobre minha infância, adolescência, ingresso no Corpo de Fuzileiros Navais da Marinha do Brasil, e por aí a fora.

Alguns dados estatísticos:

- visitantes até a presente data: 18.194;
- total de postagens: 134; e,
- média mensal de visitantes: 1516.

Como se percebe pelos dados estatísticos, creio que seja um feito e tanto para um blogueiro ‘anônimo’, até certo ponto, visto que assino, desde de 2008, o blog “AutoIndustrial, Polêmico”, hospedado no Portal Militar [ WWW.militar.com.br ]. Link do blog “AutoIndustrial” - http://www.militar.com.br/blog-de-userteste-6434 . Lá estou ‘mascarado’, escondido sob um pseudônimo! Aqui não! Aqui estou de cara limpa! Direto! Despido! Exposto! Olho no olho!

A vocês, Caríssimos(as) Leitores(as), é que devo ‘explicações e satisfações'! E meus mais sinceros e legítimos agradecimentos por esta companhia durante este ano e, espero, renovarmos ‘os contratos’ sem data de encerramento!

Vamos cantar os parabéns?

Parabéns pra vocês! [Sim! Os parabéns são para vocês Leitores(as) do blog!]
Nesta data querida!
Muitas felicidades!
Muitos anos de vida!

Agora vamos partir o bolo! De quem é o primeiro pedaço? É para Vocês, Caríssimos(as) Leitores(as)!

Vida longa a todos(as) Leitores(as) do Blog! Com muita paz, saúde, felicidade e sucesso, muito sucesso!


Adsumus!

Por mar!

Por terra!

Pelo ar!

Aqui estamos!
Adsumus!


domingo, 9 de novembro de 2014

V Encontro Veteranos FN - Nordeste em Natal

Olá Pessoal!

Nesta coletânea de fotos a ênfase das imagens é dos Veteranos de Salvador numa foto para registro da presença dos nossos irmãos de armas 'soteropolitanos'!

Parabéns aos nossos queridos irmãos baianos pela presença a este maravilhoso encontro que ficará gravado nas nossas memórias!

Adsumus! 


Veteranos de Salvador tendo o Veterano Firmino, Presidente AVCFN-SR Natal com esposa [camisetas vermelhas].



V Encontro dos Veteranos do Nordeste - AVCFN

Bom dia pessoal!  Abaixo segue uma coletânea de fotos do V Encontro dos Veteranos Fuzileiros Navais, na Sede Regional Natal, em 8 de novembro.











quinta-feira, 6 de novembro de 2014

Intervenção militar!

O texto abaixo o copiei do mural no facebook do filósofo Olavo de Carvalho.



"Essa questão de "intervenção militar" é das mais complicadas. MORALMENTE, cada militar deve sentir, no coração, o dever de realizá-la. POLITICAMENTE, é realmente um absurdo clamar por intervenção militar antes de haver esgotado todos os outros meios de ação, que só agora a população começa a aprender a usar, depois de esperar por duas décadas que os políticos e "formadores de opinião" tomassem a iniciativa. ESTRATEGICAMENTE, ela é de uma complexidade tal que, no mínimo, pode desencadear uma agressão externa ao Brasil e uma guerra em sentido estrito, não "guerra civil". Há uma década perdi o contato com os militares brasileiros, mas creio que o pensamento deles é só intervir se uma intromissão estrangeira armada, sob a forma de guerrilhas, se tornar patente. O que o Brasil deve tentar antes de tudo é uma intervenção POPULAR, sob a forma de protestos, campanhas de esclarecimento no país e no Exterior e muito ativismo judicial. Para isso não é preciso apoio de militares ou políticos, mas é preciso sanear a mídia, OBRIGÁ-LA a noticiar os fatos com honestidade."


Olavo de Carvalho.





Adsumus!



Nota: os grifos são nossos.

Eusinho pronto para a intervenção militar!  KKKKKKKK!!!!!!!

Oficial R-2. Um 'causo'.

Oficial R-2. Um causo.
Ao ver postagens no facebook relativo ao aniversário do Quadro de Oficiais R-2 me veio à memória um ‘causo’ comentado por meu amigo, compadre e irmão de armas Jorge Gonçalves da Silva; o Sargento FN IF Gonçalves, um dos fundadores do Batalhão Paissandu – 3ºBtlInf/Divanf que, sobre o mesmo, escrevi o post “1ºSargento FN IF Reformado Jorge Gonçalves da Silva” [link aqui para o post], sobre a criação do Quadro Complementar de Oficiais da Marinha.

Num dos bate papos que costumamos travar na sua ou na minha residência e entre uma dose de wisk ou uma taça de vinho tinto seco e outra, ele me contou que, certa vez, após transmitir as ordens de parada ao pelotão que ele era o auxiliar, teceu alguns comentários em relação aos oficiais QC, explicando que este pessoal estava ingressando na Marinha e que nós tínhamos muito o que aprender com eles em função deles estarem vindo de universidades, com uma maneira totalmente diferente de pensar da nossa, que deveríamos ser tolerantes e aos mesmo tempo ajudá-los naqueles conhecimentos práticos que eles ainda não tinham, etc et tal. 

O fato é que, um oficial deste quadro estava ouvindo a preleção sobre os oficiais QC e depois que o Gonçalves liberou o pelotão para suas atividades programadas, o oficial o chamou para uma conversar em particular sobre a questão dos oficiais QC-FN e aí o Gonçalves voltou a explicar ao jovem oficial sobre questões do dia-a-dia do CFN para as quais o oficial ainda não estava totalmente engajado e que, só com o tempo e a vivência, eles iriam aprender a dominar certos ‘macetes’ da vida prática dos Fuzileiros Navais.  Explicou que, ele, o Sargento Gonçalves, considerava de extrema importância a entrada destes jovens oficiais na Marinha em função deles terem uma formação científica/acadêmica diferente daquela que a Escola Naval propicia aos futuros oficiais da Marinha.

Bem, o fato é que, dali para frente, aquele jovem oficial passou a ter um “olhar” diferenciado em relação ao Sargento Gonçalves.

Na atualidade, os(as) cidadãos que ingressam na Marinha pelo Quadro Complementar, tem chances de atingirem o posto de Capitão-de-Mar-e-Guerra, o mais alto posto dos oficiais superiores e equivalente ao posto de Coronel no Exército e na Força Aérea Brasileira, podendo, inclusive, assumirem comando de unidades, que, creio, é uma das maiores glórias da oficialidade: O Comando de uma Unidade Operativa!

Parabéns pelas conquistas ao longo do tempo dos nossos Oficiais do Quadro Complementar!


Adsumus!

sexta-feira, 31 de outubro de 2014

O Cabo-FN-CN-CABRAL



O CB-FN-CN-CABRAL.

Já escrevi aqui no blog diversos posts sobre o aspecto da formação militar naval. 

No ano de 1977 fiz o curso de especialização de Comunicações Navais – EspCN/77. Naquele ano, o Centro de Instrução e Adestramento do CFN, atual CIASC, formou duas turmas de 40 alunos cada, do curso de EspCN. Eram as turmas EZ-8 e EZ-9. Eu era da EZ-9. 

O Cabo FN CN Cabral era um dos nossos instrutores de código Morse – transmissão, se não me falha a memória.

Lá pelo mês de novembro, alguns alunos estavam um pouco apreensivos em função de não estarem dominando a transmissão do código Morse, adequadamente, fim obterem sucesso no exame final de transmissão. A prova consistia na transmissão de um texto claro e outro cifrado num tempo máximo de 5 minutos.

A choradeira chegou aos ouvidos do Cabo Cabral. O mesmo reuniu a turma em sala de aula e começou a falar sobre superação de dificuldades e o que me chamou a atenção, foi ele ter dito que tinha um filho especial portador da  "SÍNDROME DE DOWN" e que precisava de cuidados especiais, inclusive acompanhamento médico. Outro fato que me chamou a atenção foi ele, o Cabo Cabral, ter informado que sua remuneração era pouca para cobrir com as despesas médicas do filho e o que ele fazia para atender a esta demanda especial de dinheiro? Trabalhava como taxista, nas horas de folga e aos sábados, domingos e feriados! Ao sair de bordo, guarnecia o táxi e, muitas vezes, varava a noite, chegando em casa pela manhã, tomava um banho, trocava de roupa e partia para o quartel!

Este relato serviu para nos motivar e nos esforçar nos estudos, não só do código Morse, como também das demais disciplinas, em especial a datilografia que foi também outro tormento para a turma, não para eu visto que já era datilografo! [Leia aqui sobre meu primeiro ‘diploma profissional’!]

Aqui quero deixar meus sentimentos de respeito, estima e consideração ao ‘CLG’ Cabral!

Minha continência! 

73/ ! – Abraços, na linguagem – gíria ou jargão – Morse!

Adsumus!