O CB-FN-CN-CABRAL.
Já escrevi aqui no blog
diversos posts sobre o aspecto da formação militar naval.
No ano de 1977 fiz o curso
de especialização de Comunicações Navais – EspCN/77. Naquele ano, o Centro de
Instrução e Adestramento do CFN, atual CIASC, formou duas turmas de 40 alunos
cada, do curso de EspCN. Eram as turmas EZ-8 e EZ-9. Eu era da EZ-9.
O Cabo FN CN Cabral era um
dos nossos instrutores de código Morse – transmissão, se não me falha a
memória.
Lá
pelo mês de novembro, alguns alunos estavam um pouco apreensivos em função de
não estarem dominando a transmissão do código Morse, adequadamente, fim obterem
sucesso no exame final de transmissão. A prova consistia na transmissão de um
texto claro e outro cifrado num tempo máximo de 5 minutos.
A
choradeira chegou aos ouvidos do Cabo Cabral. O mesmo reuniu a turma em sala de aula e
começou a falar sobre superação de dificuldades e o que me chamou a atenção,
foi ele ter dito que tinha um filho especial portador da "SÍNDROME DE DOWN" e que precisava
de cuidados especiais, inclusive acompanhamento médico. Outro fato que me
chamou a atenção foi ele, o Cabo Cabral, ter informado que sua remuneração era
pouca para cobrir com as despesas médicas do filho e o que ele fazia para
atender a esta demanda especial de dinheiro? Trabalhava como taxista, nas horas
de folga e aos sábados, domingos e feriados! Ao sair de bordo, guarnecia o táxi
e, muitas vezes, varava a noite, chegando em casa pela manhã, tomava um banho,
trocava de roupa e partia para o quartel!
Este relato serviu para nos
motivar e nos esforçar nos estudos, não só do código Morse, como também das
demais disciplinas, em especial a datilografia que foi também outro tormento
para a turma, não para eu visto que já era datilografo! [Leia aqui sobre meu primeiro ‘diploma
profissional’!]
Aqui quero deixar meus
sentimentos de respeito, estima e consideração ao ‘CLG’ Cabral!
Minha continência!
73/ ! – Abraços, na
linguagem – gíria ou jargão – Morse!
Adsumus!
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