domingo, 5 de janeiro de 2014

O CB-FN-CN-Lírio e as Comunicações Visuais.

Quem serviu no Pelotão de Comunicações da Companhia de Comando do Batalhão Humaitá - 2ºBtlInf/DivAnf, dos anos 70 aos 80, conheceu o Cabo Lírio.

O Cabo Lírio era um 'comunicante' (CN) oriundo do antigo quadro de telgrafistas (TL) que, junto com os sinaleiros (SI) compuseram, no início dos anos 70, o atual quadro de Comunicações Navais do Corpo de Fuzileiros Navais. Os telegrafistas e sinaleiros faziam os curso de especialização destes quadros, até o final dos anos 60, no Centro de Instrução Almirante Tamandaré (CIAT) no bairro das Quintas em Natal, RN que, atualmente, é ocupado pelo Grupamento de Fuzileiros Navais de Natal.

Os telegrafistas e sinaleiros estudavam o funcionamento e operação do Sistema de Comunicações da Marinha de formas a garantir o fluxo de mensagens entre todas Unidades Militares da Marinha.

Os telegrafistas estudavam a transmissão e recepção dos sinais morse em sua forma sonora, sinais de áudio, de maneiras que o alfabeto criado por Samuel Morse pudesse ser usado para transmissão e recepção das mensagens.

Já os sinaleiros estudavam a transmissão e recepção dos sinais morse em sua forma visual, o uso de lampejos de faróis para transmissão e recepção do alfabeto Morse, além, de operar os sinais por bandeiras.

Durante o curso de telegrafista, o Cabo Lírio aprendeu, em estudos extra-curricular com os colegas sinaleiros, a transmitir e receber mensagens por meios de lampejos e este conhecimento extra o ajudava em situações especiais como a seguinte:

Estava o Batalhão Humaitá numa praia do Estado do Espírito Santo, aguardando para reembarcar fim fazer a viagem de retorno às suas instalações na Ilha do Governador, Rio de Janeiro, RJ.  Era noite e um dos navios que estavam ao largo da praia, começou a emitir sinais de luz para a praia de maneiras que o Cabo Lírio, ao perceber os lampejos, notou tratar-se de sinais morse transmitidos para o pessoal que estava na praia.  O cabo pegou uma lanterna e começou a se comunicar com o sinaleiro que estava a bordo do navio, de formas que houve a transmissão de uma mensagem de alta relevância, naquele momento, para o pessoal que estava em terra.

Eis mais uma prova inconteste da importância do conhecimento, do estudo, da pesquisa, de se obter a informação, conforme já publicado aqui!


Adsumus!


Um comentário:

valdir sarmento disse...

Presado veterano Barbosa.
Gostei da narrativa sobre o cabo-TL Lírio, o que demonstra ter sido um FN "safo". Como ele, também servi no Btl. Humaitá nos anos 70/71 na graduação de terceiro sargento-SI (os quadros, TL e SI ainda não estavam fundidos, atual CN). Na Divisão Anfibia agente tinha que se virar, já nos viam como comunicantes, e não mais como Sinaleiro ou Telegrafista, embora tal separação ainda continuava na Ilha das Cobras (PWK-3) . O CFN tem sua História escrita, documentada e reconhecida. No entanto, não podemos despresar a história oral que cada um que viveu nas fileiras deste imenso Corpo de Fuzileiros Navais tem guardado em sua memória. São história que a minha geração recebeu dos "velha-guardas" e passou para as gerações seguintes, inclusive a sua. O CFN teve várias fases no decorrer da sua historia. Uma nova fase se inicia em 1956 com a criação (do nada) da Força de Fuzileiros da Esquadra, na realidade só existia o nome e algumas barracas (de 10 homens) armadas aonde , hoje se localiza o BTL-Humaitá, o restante era a mata Atlântica em volta de um título futurista : Núcleo da Primeira Divisão Anfibia. Ao lado, a Cia. de Recrutas, que tinha como Comandante o CT(FN) Lopes, logo em seguida elevado a Centro de Recrutas comandado pelo CF(FN) Wahisgton. É uma história de muitos sacrifícios, escrita com o sangue e suor dos jóvens Nordestinos que eram atraidos pelo fervor do pós-guerra e tangidos pela miséria que até os dias atuais aterroriza que o destino fez nascer neste Brasil do lado de cá. Hoje, o CFN está pronto para receber cariócas, paulistas, paranaenses, tá bonitinho como eles gostam, e é até bom que esteja, fomos nós quem preparou, nós baianos, pernambucanos, natalenses e paraenses, nos orgulhamos disso. Adsumus.