Já escrevi aqui no blog em alguns posts que servi no Batalhão de Comando da Divisão Anfíbia [BtlCmdDivAnf] entre o segundo semestre do ano de 1983 ao início do ano de 1986 quando fui desligado para fazer o Curso de Sub especialização em Eletrônica no CIAW.
Durante este período no BtlCmdDivAnf, participei das Operações Dragão dos anos 1983, 1984 e 1985 embarcado no Navio Aeródromo Ligeiro "Minas Gerais" [NAeL Minas Gerais - A11] como um dos elementos das comunicações do Comando da Força de Desembarque.
Numa destas operações Dragão, o Oficial de Comunicações da Divisão Anfíbia, na época do evento que irei narrar, era o então Capitão-de-Corveta(FN) Prisco, e ele, o Comandante Prisco, determinou que um sargento CN e um cabo CN trabalhassem na barraca do G-30 (Operações), com o propósito de agilizar o processo do trâmite das mensagens naquela seção do Estado Maior do Comando da Força de Desembarque.
Entre as atribuições do sargento CN estava a de criptografar e descriptografar as mensagens que saiam e chegavam àquela seção com caráter sigiloso.
Como se sabe, o Almirante Comandante da Força de Desembarque só assume o controle das operações terrestres, quando as unidades subordinadas consolidam a conquista dos seus objetivos em terra e se tem supremacia aérea e de fogo naval e de artilharia sobre 'a cabeça de praia' conquistada. [Alguns autores costumam chamar 'cabeça de ponte'].
O Almirante [se não me falha a memória era o Almirante FN Olavo Freire da Rocha] foi recebido na barraca de operações para receber um 'briefing' da situação das operações em terra, explicações dadas pelo oficial de operações da Força de Desembarque auxiliado pelos demais oficiais do Estado Maior da Força.
Muito bem. Após a explicação do G-30, o Almirante observou a carta do teatro de operações e perguntou: -"Onde está o Grupo de Artilharia?". Silêncio total na barraca! A posição do GA não estava plotada na carta de operações!
Eu estava de serviço sentado num banquinho de campanha acabando de decifrar uma mensagem oriunda do GA com as coordenadas atualizadas daquela unidade. Discretamente sussurrei ao ouvido do Comandante Prisco, que estava próximo, a posição da Artilharia e, de imediato, com aquele seu 'jeitão' que lhe era peculiar, o comandante Prisco falou: "Excelência, o sargento CN Felix, nosso criptografista, acaba de decifrar uma mensagem com a posição atualizada do Grupo de Artilharia"!
Foi aquele alívio no Estado Maior! KKKKKKK!!!!!
É isso aí, gente! As comunicações cumprindo com seu dever como 'arma do comando'!
Adsumus!
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