Já escrevi aqui que participei de três Operações "Dragão" embarcado no Navio Aeródromo Ligeiro "Minas Gerais" [NAel-Minas Gerais - A11].
Numa destas operações fiquei responsável de calcular o peso do nosso material e pessoal que desembarcaria via helicóptero.
As aeronaves disponíveis para o nosso 'movimento navio para terra' eram os famosos SH3-D, se não me falha a memória - com autonomia de voo de cerca de 300 milhas náuticas, capacidade de carga interna de 2.500 libras e no guincho 1.500 libras. Capacidade de transporte de pessoal para 9 infantes equipados ou 6 paraquedistas.
Nossa equipe de He era composta por cerca de 5 militares com seus Equipamentos Individuais Básico de Combate - EIBC e o material de comunicações - rádios, antenas, etc... acondicionados em volumes padrão.
Pesei todo material e transformei o resultado em libras, considerando que nos manuais de operações anfíbias da época, para efeito destes cálculos, cada militar com seu EIBC, pesava em média 110 libras.
Tudo certo! O peso estava dentro dos limites previstos para aquele tipo de aeronave. O problema foi quando, no momento que estávamos embarcando nosso material na aeronave, surgiram dois oficiais do Grupo de Controle - GruCon com dois volumes padrão e eu não tinha informação do embarque destes dois oficiais e seus volumes padrão. Formou-se o 'roco'! ["regulamento de ordens e contra ordens" - jargão militar para situações em que as ordens ficam 'desencontradas'! KKKKK!]
Muito bem. O fato é que os dois oficiais e seus dois volumes padrão embarcaram e no momento em que o piloto começou a acionar a potência do motor para levantar voo ele, o piloto, percebeu que a aeronave estava com o peso no 'limiar' [os americanos chamam de 'threshold'!] e aí ele 'rebarbou' mas mesmo assim levantou voo e partimos em direção à cabeça de praia, visto que nos meus cálculos, eu tinha deixado umas 300 libras de peso a favor da potencia da aeronave.
Deu tudo certo!
O He pousou no heliponto previsto para o pouso, devidamente sinalizado pelo pessoal do Destacamento de Praia da Companhia de Apoio ao Desembarque do Batalhão de Serviços da Divisão Anfíbia.
É isso aí pessoal, mais uma "memória naval" escrita!
Até a próxima!
Adsumus!
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