sexta-feira, 4 de abril de 2014

A Esquadra de Tiro 'perdida'!

Já escrevi em diversos posts aqui do blog que servi no Batalhão Humaitá, 2°BtlInf/DivAnf, entre março de 1978 a junho de 1982, quando fui desligado para então Centro de Instrução e Adestramento do Corpo de Fuzileiros Navais [atual CIASC] fim fazer o Curso de Formação de Sargentos de Comunicações Navais e que este lapso temporal foi o melhor da vinha de Fuzileiro Naval.

Pois bem.  Numa Operação Anfíbia na região de Marataízes, litoral do Espírito Santo, estava atuando como rádio-operador de uma Companhia do Batalhão quando, num deslocamento, nos deparamos com uma Esquadra de Tiro de outra companhia do Batalhão que estava 'à garra', perdida, sem contato com seu Grupo de Combate e, em consequência com seu pelotão e companhia.

Para apresentar uma possível solução ao cabo comandante da ET [esquadra de tiro], solicitei permissão ao comandante da companhia, ao qual estava diretamente subordinado, para entrar em contato com o comando do batalhão fim consegui a posição da companhia à qual pertencia aquela ET.  Com a autorização comandante da companhia fiz contato via rádio com o comando do batalhão usando o meu indicativo de rádio-operador [na Marinha, todos os militares dá área de Comunicações Navais, são operadores do sistema de telecomunicações da Marinha e, como tal, todos tem um indicativo de operador expedido e controlado, na época, pelo Comando de Operações Navais. O meu indicativo era: PAPA GOL YANKEE - PGY! Este indicativo ficou 'famoso' (KKKK!) na Divisão Anfíbia e até fora da mesma em função de eu ter apoiado, como CN, muitas operações de outras unidades de FN fora da Ilha do Governador. Daquela época teve muitos colegas CNs do Batalhão Humaitá que também ficaram 'famosos' como o Hélio - PHE, Alcides - PHV, Etcheverria - PHJ, Cabo Lima - NAM, etc...]

Os colegas que estavam operando o Centro de Mensagens do Batalhão, ao ouvir o meu chamado usando o meu indicativo de operador, prontamente me atenderam e, de pronto, reportei a situação. Os colegas CNs do CMsgs explicaram a situação ao oficial de operações do batalhão que autorizou o pessoal CN me informar as coordenadas da companhia à qual pertencia a tal ET.

Recebi a mensagem cifrada [codificada] com as coordenadas da posição atual daquela companhia, decifrei, pequei minha carta topográfica pessoal [já escrevi que, sempre carregava comigo uma carta topográfica da região onde ia operar!], orientei a carta no terreno, fiz um croquis da região entre nossa posição e a posição da companhia e dei as instruções ao cabo comandante da ET e sua equipe. O cabo agradeceu o apoio e se deslocou com sua ET.  Uma meia hora depois, recebo a informação pelo rádio que tinha dado tudo certo e a ET já tinha se re-entregado à sua companhia.

Ao ver o sucesso da operação para orientar a ET a retornar à sua companhia, um jovem tenente da companhia me questionou sobre como ter um indicativo de operador que nem eu para ele poder se 'safar' em situações como aquela.  Expliquei para ele que o indicativo de operador era exclusivo do pessoal de Comunicações da Marinha e que para ele ter um indicativo de operador só após fazer os cursos específicos para oficiais de comunicações.  O jovem tenente me agradeceu as explicações e ficou 'vibrando' com o sucesso da rapidez com que foi resolvido a questão da ET 'perdida'.

É isso aí, pessoal!  Estas atividades faziam e fazem parte do nosso trabalho como elementos operantes do Sistema de Telecomunicações da Marinha.

Adsumus!

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